A motorista do carro envolvido no grave acidente do último dia 12, em que o motoboy Glênio Alves foi arremessado e caiu da Terceira Ponte, em Vila Velha, se pronunciou sobre o caso. Dalva Noia Mattos informou, em nota, que lamenta profundamente a morte do motociclista – que foi sepultado nesta quinta-feira (20) – e afirmou estar à disposição da Polícia Civil para "a apuração dos fatos que provocaram o acidente". Veja abaixo a nota na íntegra.
"Venho, por meio desta, lamentar profundamente o acidente de trânsito envolvendo Glênio Alves, e enviar meus sentimentos a seus familiares, amigos e colegas. Estamos todos muito abalados com o ocorrido. Reitero estar à disposição das autoridades policiais, a fim de prestar todos os esclarecimentos necessários para a apuração dos fatos que provocaram o acidente".
O acidente ocorreu na descida da via, no sentido Vila Velha, no dia 12 de junho. Imagens registradas por testemunhas mostram o motoboy no chão, desacordado, cercado por populares, e na calçada de uma rua. A moto continuou na ponte. (Veja as imagens abaixo)
Em boletim de ocorrência da Polícia Militar consta que, quando os militares chegaram ao local, Dalva estava em uma ambulância da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-GV) recebendo atendimento médico. Ela contou aos militares que seguia na faixa do meio da Terceira Ponte e, quando percebeu o trânsito parado, para evitar uma colisão com um carro à frente, jogou a parte frontal do veículo, um Mitsubishi Pajero TR4, para a faixa da direita.
No momento em que a frente do Pajero TR4 invadiu a faixa da direita da Terceira Ponte, ocorreu a colisão com a moto pilotada por Glênio, que acabou projetado por cima da mureta de proteção. Segundo testemunhas, na queda, Glênio bateu em uma árvore e caiu sobre um Toyota Corolla estacionado na rua antes de parar na calçada.
A motorista, Dalva Noita Mattos, foi submetida ao teste do bafômetro, que deu negativo para a ingestão de bebida alcoólica.
Em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, na última terça-feira (18), o delegado Maurício Rocha, titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT), afirmou que Dalva pode ser indiciada por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.
"Com a morte dele, a gente instaura o inquérito agora por homicídio culposo, previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A partir desse momento a condutora do outro veículo vai ser intimada a prestar interrogatório na delegacia e, ao final, indiciada pelo homicídio culposo", declarou.
O delegado explicou o acidente, dizendo que ela descia a Terceira Ponte, sentido Vila Velha e, para não colidir com um veículo à frente, que ficou retido por conta do congestionamento, jogou o automóvel para a pista exclusiva de motociclistas e veículos de transporte de passageiros. Com isso, houve a colisão com a motocicleta, projetando o motoboy Glênio Alves para fora da estrutura da ponte.
"Já é um fato concreto. Essa manobra dela indica imprudência por parte dela, e isso já é um motivo para ser indiciada", disse o delegado.
E o que é homicídio culposo no crime de trânsito? O delegado detalhou que é quando a pessoa age por três possíveis formas: imprudência, negligência e imperícia. "Quando ela não tem intenção de realizar esse resultado, mas por conta dessas três atitudes ela acaba ocasionando esse sinistro de trânsito".
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