O filho do aposentado Gilson Gonçalves do Nascimento, de 73 anos, morto atropelado em um acidente em João Goulart, em Vila Velha, na noite deste sábado (25), disse que a "ficha ainda não caiu" para ele e para alguns familiares. O motorista de 41 anos, que prefere não se identificar, fez a liberação do corpo do pai no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória na manhã deste domingo (26).
O filho contou que ficou sabendo pela madrasta o que tinha acontecido. Ela relatou para o filho do aposentado que Gilson foi arremessado para o ar após ser atingido por um Corsa Sedan Prata, que tentou ultrapassar um Onix, segundo informação da Polícia Militar. O motorista do Corsa fugiu e o do Onix foi encaminhado para a Delegacia Regional de Vila Velha porque estava com a CNH suspensa, mas foi liberado depois.
O filho do aposentado contou que Gilson estava sozinho e de bicicleta e voltava da igreja, como fazia todos os fins de semana, em direção à Barra do Jucu. O motorista relatou ao Gazeta Online que moradores da região estavam revoltados com o que havia acontecido e disseram que havia sinais de embriaguez, com latas e garrafas no carro abandonado.
Como você ficou sabendo do que tinha acontecido?
Eu recebi a ligação da esposa dele, que é minha madrasta, que informou o que ocorreu. Ele já estava no chão falecido. Na hora do impacto, o corpo foi lançado alto a uma distância considerada. Ele estava só, de bicicleta, quando veio o veículo desgovernado. Existe a suspeita de embriaguez ao volante. Ele estava retornando de um culto evangélico, próximo ao local do acidente.
Ele fazia sempre esse percurso?
Ele ia retornando para a Barra do Jucu, onde morava. Ele saiu da Barra para ir até João Goulart. Ele fazia esse percurso uma vez por semana, mais nos fins de semana.
Como é para vocês da família receber essa situação?
É muito impactante. A comoção da família está muito grande. Inclusive, a gente teve que esperar alguns integrantes bem de perto. Ele era uma pessoa muito querida e carismática. Era comerciante e uma pessoa muito conhecida, principalmente na Barra do Jucu. Infelizmente, o resultado é consequência de uma imprudência no trânsito.
O que a família pretende fazer?
Primeiramente nós vamos fazer um ritual, chamado culto de passamento, em seguida o enterro. Depois vamos sentar com calma, ver o que fazer e pedir ajuda à polícia e à Justiça para que situações assim não fiquem impunes.
Caiu a ficha para o senhor do que aconteceu?
Na verdade ainda não caiu a ficha. A perda é irreparável. Ele era uma pessoa super carismática, divertida. Uma pessoa que, nos seus anos de vida, nas dificuldades passadas, sempre demonstrou otimismo e esperança. Gostava muito de viver. Ele brincava que iria viver, no mínimo, 150 anos.
Papai era uma pessoa espetacular. Sou suspeito de falar. Fazia todo mundo rir. Era muito engraçado. Nas adversidades nunca reclamava, sempre estava confiante em Deus. Sempre nos apoiou no que era possível. Muito querido por todos, vizinhos, colegas de trabalho. Nunca vi papai falar mal de ninguém. Não era perfeito, mas as virtudes superavam os defeitos. Ele teve 3 (filhos) no primeiro casamento e, no segundo, 4 filhos.
Quando você esteve com ele pela última vez?
Nós estivemos na última vez juntos na terça-feira passada. Dei uma carona a ele do supermercado até a residência. A gente comeu uns salgadinhos, a gente conversou e brincou. Ele tirou foto do neto, da nora, comigo. Ele pediu pra tirar foto. Nessa oportunidade, ele expôs pra nós que, mesmo que não viesse a viver muitos anos, ele estaria com Jesus.
O que seu pai gostava de fazer?
Papai gostava muito de andar de bicicleta, de estar e cuidar dos filhos, apesar do meu caso, da separação, ele sempre foi próximo, sempre esteve presente. Agora a gente segura firme no que são as origens, a família toda tem uma base cristã. Então a gente está firme nesse propósito que, na verdade, a vida não encerra aqui. A morte para nós é só um salto para a vida eterna. E a gente busca força nisso.
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