Na lista de suspeitos mais procurados pela polícia do Espírito Santo desde 2013, Sayonara Moreira Silva, hoje com 35 anos, é uma das poucas mulheres que integram o "catálogo do crime" no Estado.
Ela está na mira da polícia desde que, segundo as investigações, herdou o tráfico da região Village da Luz, em Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Espírito Santo, que antes era comandado pelo pai dela, Rogério Silva.
Atualmente, Sayonara tem um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo, expedido em 2018 pela 1ª Vara Criminal de Cachoeiro de Itapemirim. Mas já era procurada pela polícia desde 2013, quando entrou para a lista dos 30 suspeitos mais buscados no Estado acusada de mandar matar um menor de idade em uma disputa por ponto de tráfico, além de um idoso.
Segundo as investigações, o idoso estava incomodando a suspeita por correr atrás de justiça pela morte do filho, que foi assassinado por traficantes da facção dela.
O mandado de prisão pelo crime de homicídio não consta mais no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), somente o referente a tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma. A reportagem demandou o Tribunal de Justiça do Estado (TJES), mas o órgão disse que só conseguiria passar informações com o número do mandado de prisão, o que não é possível já que ele não consta mais no sistema do CNJ.
Rogério Silva, o pai de Sayonara, está na Penitenciária Estadual de Vila Velha 2. Ele deu entrada em 12 de julho de 2010, de acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), por homicídio e tráfico de drogas.
Em entrevista ao jornal A Gazeta em 2017, o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, à época titular da delegacia de Crimes Contra a Vida de Cachoeiro de Itapemirim (DCCV), contou que “Rogério sempre conseguiu se manter como líder, tendo por trás a esposa e depois a filha. Desde 2012, elas sumiram, porém, em 2016 o Village foi o bairro mais violento em número de homicídios".
A mãe de Sayonara é Terezinha de Jesus Moreira, que ficou na cadeia de 12 de março de 2017 a 30 de julho de 2021, por homicídio e tráfico de drogas. Segundo a Sejus, ela deixou a prisão após alvará de soltura emitido pela Justiça.
Sayonara chegou a ficar presa durante 26 dias, em 2011, por tráfico de drogas. Ela saiu por meio de alvará de soltura expedido pela Justiça, e, desde então, não voltou mais para a cadeia, apesar de um novo mandado de prisão. Em 2019, o delegado Guilherme Eugênio afirmou para a reportagem de A Gazeta que Sayonara era investigada por comandar dezenas de bocas de fumo e traficantes na região de Village da Luz, em Cachoeiro de Itapemirim.
A reportagem pediu à Polícia Civil para conversar com um delegado sobre o tráfico de drogas naquela região em que era apontado comando de Sayonara e também sobre as buscas pela suspeita, mas a corporação disse que não há fonte disponível.
Após a publicação da matéria, o advogado da família de Sayonara, José Carlos Silva, procurou a reportagem de A Gazeta para dar a versão da defesa. Segundo ele, Rogério e os familiares são vítimas de perseguição. "Sayonara Moreira nunca foi a 'herdeira do tráfico' no Village da Luz em Cachoeiro. Tal título lhe fora atribuído pelo delegado. No entanto, Tereza Silva, mãe de Sayonara, salienta que gostaria de um dia comparecer na Justiça em Cachoeiro e poder se defender de muitas acusações que de que fora vítima, mas que nunca pôde apresentar sua defesa", disse o advogado.
Por meio de nota, ele continuou dizendo que Sayonara fazia o curso de Direito e "nunca teve a pretensão de se envolver com drogas e nem com qualquer outra ilicitude. Ela está cumprindo a última etapa sua pena, estando, atualmente, trabalhando como faxineira numa igreja evangélica" em outro Estado, e "pensa em voltar a viver com dignidade e respeito às pessoas, embora lamentando as injustiças recebidas nos últimos anos".
Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Sayonara pode acionar o Disque-Denúncia, pelo telefone 181, ou pelo site disquedenuncia181.es.gov.br. Você não precisa se identificar.
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