A história começa com um carro roubado em Vila Velha, na última quinta-feira (3), e poderia ser só mais um de tantos crimes que acontecem diariamente na cidade e em todo o Espírito Santo. Esta, porém, não é uma ocorrência comum e parece até roteiro de filme de ação.
A dona do carro é a Juliana Azevedo. Ela é a filha do personagem principal dessa trama, o João Batista Teixeira, um herói para ela. A Juliana foi quem teve o automóvel roubado: ela contou que estava parada com as duas filhas dentro do veículo, um Hyundai Santa Fé, quando viu um homem se aproximando.
“Eu parei em frente à Defensoria Pública e virei à direita. O rapaz já foi chegando perto da minha janela. Na hora que eu vi, achei que ele fosse pedir dinheiro, mas achei estranho e liguei o carro. Ele me mostrou a arma e falou para eu não ligar o carro. Eu falei ‘calma que tem criança aqui dentro do carro’. Eu peguei a bolsa e saí, minhas filhas estavam chorando, muito assustadas”, contou.
A partir daí começa o desenrolar principal da nossa trama. O veículo roubado não é um modelo tão comum de se ver rodando por aí. A Juliana, então, ligou para a polícia, que foi até o local e, em seguida, para o pai dela, o seu João.
Juliana não tinha seguro e os policiais disseram que seria difícil encontrar o carro, só se ele passasse por uma blitz ou, então, fosse reconhecido pelas câmeras de monitoramento da cidade. Nada que pudesse parar o pai dela. Apesar da recomendação das autoridades para que as pessoas não ajam por conta própria, principalmente em situação envolvendo criminosos, seu João pegou a motocicleta dele e começou a rodar os bairros da cidade atrás do carro.
“São Torquato, Sagrada Família, fui subindo. Desci na Avenida Capuaba, fui em beira de mangue, fui embora. Saí na principal depois de Dom João Batista. Fui para o lado da Glória, dali eu passei para Ilha dos Ayres, fui embora. Quando eu entrei em uma rua, tinha um bar cheio de gente e o carro estacionado. Liguei para o 190 e falei ‘quando a viatura chegar eu vou pular na frente da viatura, porque eu to muito feliz aqui, encontrei o que foi roubado’”, contou.
Na hora em que viu o carro, João fez questão de mandar um áudio para a filha. Ela foi até o lugar onde o pai estava e viu um homem que parecia o suspeito de tê-la assaltado. Eles chamaram a polícia, mas os militares disseram que não poderiam abordar o suspeito, o que foi explicado a João pelos PMs que foram ao local.
"Você não pode abordar uma pessoa porque você vai ter que falar que foi ele até o fim, se não dá até problema para a gente, se não conseguir provar (João narrando os que os policiais disseram para ele). Nós demos duas voltas, na terceira volta ele não estava lá mais, acho que viu ela", completou o pai de Juliana.
O assaltante não foi detido pelos militares, mas pelo menos o carro foi recuperado.
Em nota, a Polícia Militar disse que atendeu a ocorrência e guinchou o carro para a delegacia. De acordo com a corporação, não há registro oficial de João e a Juliana terem apontado o suspeito de ter roubado o carro. Nesse caso, segundo a polícia, uma reclamação pode ser formalizada na corregedoria caso eles se sintam prejudicados.
Com informações de André Falcão, da TV Gazeta
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