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"Abaixei e acertou meu sobrinho", diz tio de jovem com morte cerebral no ES

"Abaixei e acertou meu sobrinho", diz tio de jovem com morte cerebral no ES

Em entrevista para a TV Gazeta, o empresário de 58 anos contou que Ronald da Silva Modesto, de 19 anos, foi atingido na cabeça por um disparo na direção dele; caso ocorreu na Serra

Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 18:59

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

O tiro que acertou a cabeça e causou morte cerebral no jovem Ronald da Silva Modesto, de 19 anos, foi disparado para acertar o tio dele, que o acompanhava no veículo. Em entrevista ao repórter André Falcão, da TV Gazeta, o familiar, que é um empresário de 58 anos, contou que no momento em que o criminoso estava atirando em direção ao carro, ele abaixou para fugir dos disparos, e a bala acabou acertando a cabeça do sobrinho.

Emocionado, o parente do jovem contou que, em um primeiro momento, achou que a bala que acertou Ronald tinha sido uma das que também tinham atingido o carro. “Na verdade, na maneira que a bala entrou na cabeça dele, o camarada deu, na verdade, na minha cabeça e no momento eu abaixei e acertou o meu sobrinho”, explicou.

"Abaixei e acertou meu sobrinho", diz tio de jovem com morte cerebral no ES

A certeza veio após analisar por onde entrou e saiu a bala que atingiu o sobrinho. Segundo o empresário, ela (bala) entrou na lateral esquerda e saiu pela direita. “Então, ele estava sentado ao meu lado, foi o momento que ele tava atirando e eu abaixei e pegou na cabeça dele”, contou.

“O simples é a educação”

“Até quando polícia, se o simples é educação? Se tivéssemos desde o fundamental, desde criança, aula de cidadania e criminalidade, ensinando que tudo que a gente comete, de quebrar vidraça, por exemplo, é errado e se tivéssemos matéria escolar onde a pessoa possa aprender isso, pode ter certeza que não ia ter esse tanto de bandido, aí vai parar de fazer cadeia e penitenciária”, questionou o empresário.

A pergunta foi feita durante a conversa com a repórter de A Gazeta logo após ter recebido a notícia da morte cerebral do sobrinho na tarde desta terça-feira (6). O tio de Ronald disse ainda que se sente em meio uma guerra onde ninguém mais pode sair de casa para trabalhar ou estudar.

“Perdemos um jovem que tava cinco dias trabalhando comigo e você pega pela perna com botina, perna suja de trabalho para levar para pronto-socorro para acontecer o que aconteceu aqui. Tem que fazer algo, ele veio para trabalhar e doido para estudar”, desabafou o tio de Ronald.

Para o homem de 58 anos, o necessário é começar a investir agora em educação com a intenção de renovar a juventude. “O que está pode está podre, o que vem daqui para frente é broto novo”, reforçou.

De SP para o ES

Ronald, que é do interior de São Paulo, veio para o Espírito Santo na última quinta-feira (30) trabalhar em uma obra como ajudante de pedreiro. Segundo o empresário, o sobrinho estava ansioso para começar a estudar e veio buscar uma vida melhor.

"Na foto você vê que ele estava com capacete do trabalho. Eu pensava que isso não ia acontecer na minha família, mas está entrando dentro das nossas casas", falou o tio de Ronald. 

O crime aconteceu após o dia de serviço, quando o tio, o sobrinho e o pai do rapaz foram até um supermercado. Na saída, o tio resolveu ir abastecer e o pai do rapaz, para chegar mais cedo em cada, preferiu seguir em um carro de aplicativo. Após terem tomado caminhos diferentes e o tio e sobrinho acabaram cercados pouco depois. 

A Polícia Civil informou que "o caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra. Até o momento, nenhum suspeito foi detido. Informações podem ser compartilhadas de forma sigilosa por meio do Disque-denúncia (181). Essas informações podem ser cruciais para o avanço das investigações".

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