Uma megaoperação realizada simultaneamente por todas as Delegacias Especializadas de Narcóticos (Denarcs) do Espírito Santo, realizada no fim do mês de setembro, resultou na apreensão de grande quantidade de drogas de diferentes tipos, armas e munições, veículos, 49 pessoas detidas e ainda apreendeu R$ 100 mil em dinheiro vivo provenientes do tráfico de entorpecentes. O resultado da primeira ação conjunta foi divulgado na manhã desta quinta-feira (15), em coletiva realizada em Vitória.
A ação batizada de "Operação Chicago" contou com a participação das 1ª e 2ª Denarcs, da Grande Vitória, além das unidades de Guarapari, Cachoeiro de Itapemirim, Venda Nova do Imigrante, Aracruz, Colatina, Linhares, Nova Venécia e São Mateus. As diligências foram realizadas ao longo das duas últimas semanas do mês passado, de forma sigilosa e estratégica, em diversos municípios capixabas. Ao todo, as equipes cumpriram 78 mandados de busca em vários endereços.
Além da quantia em espécie, foram apreendidos 7 armas, 13 kg de maconha, 15 quilos de crack, 1.148 comprimidos de ecstasy, 852 unidades de LSD, 4 veículos, sendo 2 motos e 2 carros, além de outros tipos de entorpecentes apreendidos em menor quantidade. Balanças de precisão, embalagens plásticas e produtos usados para o refino da droga também foram recolhidos na megaoperação.
Segundo a Polícia Civil, a operação foi exitosa na prisão de suspeitos de envolvimento em organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas em diversos municípios. Ao todo, foram 49 detenções realizadas nos dias em que os policiais estiveram nas ruas, sendo 22 adultos presos em cumprimento de mandado de prisão por tráfico de drogas, 2 adultos presos por cumprimento de mandado de prisão por outros crimes, e ainda 24 adultos presos e um adolescente apreendido em situação de crime em flagrante.
Entre os detidos, está um biólogo de 24 anos, que atuava como motorista por aplicativo e tinha em sua residência, em Jacaraípe, na Serra, uma estufa para o plantio de maconha. Outra prisão de destaque foi de um servidor público federal, em Vitória, que vendia principalmente drogas sintéticas para pessoas de alto poder financeiro. A clientela era de pessoas dos bairros Mata da Praia e Jardim da Penha.
Ao todo, 9 delegados da Denarc estiveram à frente da operação, além do delegado-geral da Polícia Civil no Estado, José Darcy Arruda, que enalteceu o trabalho coletivo das delegacias e a importância de ações desse tipo na repressão ao tráfico.
"Na verdade, eles (delegados) já estão trabalhando de forma rotineira. Recentemente, o Denarc Central fez uma apreensão de mais de uma tonelada de maconha (em Aracruz), mas a ideia nesse trabalho é que todos trabalhem ao mesmo tempo, trocando informações e cooperação ininterrupta entre as delegacias. Foram 360 horas de trabalho de polícia executando operações policiais, sufocando o crime de forma a impactar na economia do tráfico", destacou Arruda.
A Operação Chigado teve como objetivo, segundo a polícia, interferir diretamente na arrecadação de dinheiro do tráfico de drogas em todo o Estado e prender traficantes. O delegado José Darcy Arruda explicou que a operação deflagrada tem ligação com a Operação Caim, visto que muitos dos alvos também possuem ligação com o tráfico, mas esta é direcionada a retirar homicidas das ruas e chefiada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Por fim, o chefe da PC no Estado deixou claro que assim como ocorre na Operação Caim, as investidas prosseguirão e novas ações da Operação Chicago serão deflagradas em solo capixaba. Segundo Arruda, o nome da operação é uma alusão à Escola de Chicago, que se consagrou por destacar a motivação socioeconômica como fator relevante no processo de criminalização em contraponto à ideia de criminoso nato.
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