> >
Ação da PF busca envolvidos em esquema de migração ilegal do ES para os EUA

Ação da PF busca envolvidos em esquema de migração ilegal do ES para os EUA

Segundo as investigações da Operação Cristo Rey, a organização criminosa cobrava 25 mil dólares por imigrante; suspeitos usavam até a logo da PF na falsificação de documentos

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 09:11- Atualizado há 3 anos

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Casa utilizada por miga
Polícia Federal foi até o México e registrou os locais usados pelos "coyotes" para abrigarem as pessoas que tentatam entrar nos EUA. (Divulgação/PF)

Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (4) a Operação Cristo Rey,  com o objetivo desmantelar uma associação criminosa que atua em crimes de migração ilegal e falsificação de selo ou sinal público. Segundo as investigações, o esquema atuava como intermediário entre pessoas interessadas em imigrar e os chamados "coyotes", que fazem a travessia do México para os Estados Unidos.

Estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, e um na cidade mineira de Central de Minas. De acordo com a PF, o principal investigado na operação teve que entregar o passaporte aos policiais e será alvo de mandado de prisão se não pagar uma fiança de 50 salários mínimos em 48 horas, após imposição da Justiça Federal de Colatina.

INVESTIGAÇÕES

A instituição informou que no meio do ano passado recebeu a notícia de que uma agência de viagens em Barra de São Francisco atuaria como intermediária entre pessoas interessadas em imigrar para os Estados Unidos e os chamados “coyotes” atravessariam ilegalmente essas pessoas na fronteira do México. Os valores cobrados estariam em torno de U$ 25 mil dólares.

Em dados coletados pela a investigação, chamou a atenção dos policiais a existência de advogados dos Estados Unidos contratados para atuarem no esquema.

Migrantes recebiam orientações para a viagem ilegal
Migrantes recebiam orientações para a viagem ilegal. (Divulgação/PF)

Segundo as investigações, estes valores cobririam todo o processo de movimentação migratória, na confecção e retirada de passaporte em São Paulo e em passagens com chegada nos Estados Unidos “sem sobressaltos alfandegários”. Além disso, para impressionar os interessados, símbolos da PF eram utilizados nos "contratos" que fechavam o acordo para a migração. (Veja o vídeo abaixo)

O trabalho contou com cooperação dos policiais capixabas com o Oficialato de Ligação da PF no Texas, com a unidade de inteligência da patrulha de fronteira dos Estados Unidos, além da Adidância da PF em Washington, capital norte-americana.

Os investigados poderão responder pela prática do delito de Promoção de Migração Ilegal, Associação Criminosa e Fabricação de Selo ou Sinal Público. A pena pode chegar a 14 (quatorze) anos de reclusão.

ES: 3.º ESTADO EM  MIGRANTES ILEGAIS

Os capixabas compõem o terceiro maior grupo nesse universo de detidos, atrás somente dos Estados de Minas Gerais e Rondônia, segundo a PF.

A instituição aponta que o número de brasileiros tentando ingressar ilegalmente nos Estados Unidos disparou em 2021. Estima-se que 150 brasileiros foram detidos diariamente pelas agências policiais americanas no ano passado, chegando a quase 5.000 por mês.

Casa utilizada como esconderijo de imigrantes ilegais nos EUA
Casa utilizada como esconderijo de imigrantes ilegais. (Divulgação/PF)

Em 2018, foram documentadas 1.589 apreensões de brasileiros que ingressaram ilegalmente no país. Em 2021 foi registrado o recorde de apreensões de brasileiros, contabilizando então no mês de setembro, o número de 78.842 casos.

A Polícia Federal faz um alerta que a travessia ilegal pela fronteira mexicana é perigosa e traz riscos inúmeros às pessoas. Destaca ainda que há inúmeros relatos de agressão, estupros, furtos e até mesmo o abandono dessas pessoas no deserto.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais