Um homem foi preso pela Polícia Civil acusado de aplicar golpes de vendas falsas de armas através de um perfil em uma rede social. Segundo a polícia, o rapaz de 26 anos anunciava as armas a um valor muito abaixo do mercado, porém nunca entregava as peças aos clientes. A PC acredita também que ele já tenha feito várias vítimas em todo o país.
De acordo com a polícia, o homem fazia os anúncios e pedia uma entrada aos clientes para garantir a venda. Assim que os compradores realizavam o depósito, porém, o criminoso parava de responder. Ele chegou a fazer perfis de falsos clientes para dar credibilidade ao negócio nas redes sociais.
Ele utilizava um perfil de Instagram chamado Armas Militares que, há dois anos, vinha divulgando a venda de armas de fogo em todo o território brasileiro. Esse perfil era bastante divulgado e esse golpista utilizava de mais cinco perfis falsos, que ele comentava as vendas se passando por supostos clientes para poder dar credibilidade ao site, afirmou o delegado Christian Waichert, titular da Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme).
A polícia afirmou que o criminoso possuía duas empresas devidamente registradas para as quais ele utilizou um certificado falso do exército, que permite a venda de armas. Segundo o delegado Waichert, a investigação começou porque a fabricante de armas da qual o acusado vendia os modelos começou a receber uma série de reclamações de clientes, que alegavam não terem recebido as mercadorias.
Era uma empresa constituída de forma legal para poder respaldar os golpes aplicados pela internet. Ela possuía CNPJ regular, o endereço cadastrado na Junta Comercial e vinha recolhendo imposto para justificar esse golpe. O registro do exército foi falsificado. Fomos informados através de um ofício da empresa, que nos relatou que constantemente recebia ligação de clientes se dizendo lesados e que essa empresa tinha sede no Espírito Santo, afirmou.
A polícia afirmou que os endereços disponibilizados pela empresa, porém, eram falsos e os nomes dos proprietários eram de pessoas que não residiam no Estado. As contas nas quais o dinheiro recebido era depositado, entretanto, eram do Espírito Santo, o que fez com que os agentes tentassem localizar e identificar o dono do perfil que vendia as armas.
Conseguimos identificar essa pessoa e constatamos que ele e a esposa tiveram uma evolução patrimonial considerável ao longo deste ano. Encontramos fotos, comprovantes de viagens para o exterior, aquisição de jet skis, veículos de luxo, sendo um Evok, uma BMW e um Corolla, explicou.
A prisão do acusado aconteceu no dia 11 de dezembro, quando um dos carros utilizados por ele foi identificado pelo Cerco Tático da Guarda Municipal de Vitória. Segundo o delegado Waichert, a esposa do criminoso, de 24 anos, também foi presa, já que eram utilizadas contas no nome dela para efetuar os depósitos dos golpes.
O homem foi preso pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato e falsa identidade e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV). Já a mulher também foi acusada de estelionato e falsidade ideológica, mas foi colocada em prisão domiciliar, pois tem um filho de 3 meses.
A investigação da Polícia Civil aponta que o homem detido é uma espécia de golpista profissional, já que possui passagens pela polícia por outros crimes similares.
Segundo Waichert, ele já se passou por delegado da Polícia Civil, além de ter feito um perfil falso em uma rede social para criticar uma empresa da qual foi demitido.
Ele é envolvido em diversas confusões. Ele já se passou por delegado, por policial civil, já andou armado ameaçando pessoas em condomínio, já criou um perfil falso no Facebook para poder criticar uma empresa que ele foi demitido. O perfil de vida dele mostra que é uma pessoa tendenciosa para atitudes para lesar e dar golpe nos outros, afirmou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, as investigações continuarão para identificar mais vítimas do golpe aplicado pelo acusado. A polícia ressaltou, porém, que poucas vítimas registraram o boletim de ocorrência contra o homem, já que têm medo de se tratar de uma organização criminosa perigosa.
O delegado Waichert fez questão de ressaltar que não se trata de uma organização criminosa e incentivou as vítimas a denunciar o golpe.
Pela informação que a gente tem, são diversas vítimas em todo o território brasileiro, só que a grande maioria tem medo de registrar ocorrência, porque acha que envolve um grupo criminoso e que pode haver uma represália, mas não é. É um golpista, um simples golpista, finalizou.
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