Acusado de matar o empresário José Almeida Goulart, de 62 anos, com um golpe de foice, Valdir Telles da Silva, de 48 anos, foi condenado nesta segunda-feira (30) a 30 anos de prisão, com regime inicial fechado e manutenção do cumprimento da prisão provisória, o que significa que o autor do crime não aguardará o fim do processo em liberdade. O crime aconteceu em março de 2019, no interior de Grapuama, na zona rural de Aracruz, município localizado ao Norte do Estado.
Na sentença, o juiz presidente do Tribunal do Júri, Tiago Fávaro Camata, condenou o acusado pela prática do crime hediondo de homicídio qualificado por motivo fútil e mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
"O Conselho de Sentença, em resposta aos quesitos, decidiu que o acusado Valdir Telles da Silva cometeu o crime em relação ao qual foi pronunciado. Ante o exposto, julgo procedente a pretensão punitiva formulada pelo Ministério Público, para condenar o réu Valdir Telles da Silva, qualificado nos autos, pela prática do crime previsto no art. 121, §2º, incisos II e IV, do Código Penal, c/c art. 1º, inciso I, da Lei 8.072/90", entendeu o magistrado.
Acionado pela reportagem, o advogado Edmar Santos de Souza, responsável pela defesa do réu, informou que irá recorrer da sentença. "Meu cliente estava apenas defendendo a propriedade e a vida dele. O que ocorreu é que a vítima sempre cortava luz e água dele e Valdir é trabalhador da roça e vivia da plantação. A vítima vendeu a ele uma propriedade para a qual ele guardou as economias da vida inteira e depois descobriu que havia restrição de uso. Comprou a terra, plantou e teve a água cortada. Depois de muita confusão com a vítima, que cortava sempre luz e água, ele teve um momento de raiva. Meu cliente foi acuado, ficou 10 dias fugido na mata porque tinha pistoleiro contratado pelo empresário indo atrás dele", iniciou.
Também segundo Souza, o réu agiu em legítima defesa. "A vítima estava armada, ameaçando, era matar ou morrer. E o júri de Aracruz é um júri viciado, não tem imparcialidade. Jurados e promotores almoçam juntos. Meu cliente é réu primário, tem bons antecedentes, o desfecho foi absurdo. A pena dele foi muito alta e isso precisa ser revisto. A família do empresário contou com assistente de acusação, divulgaram o caso nas redes sociais e cartaz na cidade, teve comoção do público. Por isso tudo pedi desaforamento e foi negado. Se meu cliente errou, tem que pagar na medida do erro, mas foi uma pena exacerbada", concluiu.
José Almeida Goulart, de 62 anos, foi morto com um golpe de foice no dia 28 de março, no interior de Grapuama, zona rural de Aracruz. José era empresário e foi ao local do crime verificar uma confusão entre um morador da região e um prestador de serviços.
Segundo informações da polícia, José Almeida era proprietário do loteamento onde o crime aconteceu. Ele havia ido ao local após uma confusão entre um prestador de serviço que estava instalando hidrômetros nas casas e lotes da região com um morador, apontado pela polícia como autor do homicídio. Ao chegar até a casa do suspeito, este já deixou a residência revoltado. José foi vítima de um golpe de foice na região da cabeça e morreu na hora.
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