Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, morto a tiros neste domingo (28), em Vila Velha, estava em liberdade há 7 meses, depois de ter cumprido pena entre fevereiro de 2012 e novembro de 2019. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), ele foi posto em liberdade por meio de uma decisão judicial. A vítima foi um dos condenados pela morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, assassinado em 2003 e, segundo a polícia, era suspeito de envolvimento em um homicídio ocorrido na manhã do mesmo domingo (28) em que morreu, no bairro Divino Espírito Santo, em Vila Velha. Cabeção era apontado como líder de uma facção criminosa no bairro Guaranhus, no mesmo município.
Segundo informações da Polícia Militar, o carro de Fernando seguia no sentido Vila Velha-Vitória, quando parou no sinal de trânsito em Itapuã, Vila Velha, e foi fechado por outro veículo. De dentro do carro, os criminosos teriam feito pelo menos 15 disparos. Fernando Cabeção não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Os autores do crime fugiram.
De acordo com informações da TV Gazeta, a esposa da vítima estava dirigindo o veículo e não foi atingida pelos tiros. Ela foi socorrida pela ambulância do Samu, porque machucou um dos braços com estilhaços de vidro da janela.
No dia 24 de março de 2003, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, de 32 anos, foi assassinado com três tiros quando chegava a uma academia de ginástica, em Itapoã, Vila Velha. Ele tinha acabado de estacionar o carro e foi baleado na rua.
Testemunhas contam que olharam da janela da academia ao ouvirem os tiros e viram uma pessoa na moto e uma outra pessoa atirando. Alexandre integrava a missão especial federal que, desde julho de 2002, investigava as ações do crime organizado no Estado.
Após a confirmação da morte de Fernando de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, neste domingo (28), homem envolvido no assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, ocorrido em 2003, o pai do magistrado comentou o ocorrido. O advogado, também Alexandre, disse que "todo óbito é lamentável, o dele também, mas ele recebeu o que no final mereceu por toda a vida que ele teve".
Para Alexandre Martins de Castro, o assassino do próprio filho sofreu com as mesmas armas que aplicou nos outros. "Aparentemente ele estava envolvido em um assassinato ocorrido hoje mesmo (28). Era um traficante, matador. A prisão não serviu em nada para ele, em termos de ressocialização. Com o currículo criminal que ele tinha e com a gravidade da participação que teve no assassinato do meu filho, não deveria ter estado na rua. A Justiça com 'j' minúsculo deixou ele sair. Às vezes é feita a justiça por vias tortas, ele voltou para o Estado e estava na rua. Eu lamento a morte de qualquer um, mas lamento que ele não tenha pagado mais pela morte do meu filho", disse.
A respeito do crime que levou o filho Alexandre, o advogado lamentou que, após mais de 17 anos, um dos acusados de mando ainda não tenha sido julgado. "Não foi julgado porque está sendo protegido pela Justiça, por ter sido juiz também. Lamento muito que isso aconteça. Lamento também esse sentimento corporativista. Lamento muito mais que tenha sido assassinado um juiz e que não tenha sido feita justiça por completo até o momento. Só agradeço que não tenhamos deixado o caso cair em esquecimento", finalizou.
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