As investigações da polícia mostraram que o adolescente de 13 anos, morador de Cariacica, Grande Vitória, que planejava cometer um atentado a uma escola, se inspirava nos massacres de Realengo (RJ) e Suzano (SP). Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, a motivação foi o descontentamento pessoal com a queda das notas na escola. O garoto foi um dos alvos da Operação Escola Segura, deflagrada nesta quinta-feira (2).
Desde outubro procurando informações e contatos sobre como realizar o atentado, o adolescente capixaba pesquisava na internet outros ataques realizados no Brasil, o de Realengo (RJ), em 2011, e o de Suzano (SP), em 2019, onde escolas foram invadidas por atiradores que mataram diversas pessoas.
"Ele procurava na internet pessoas ligadas a atentados, até que achou esse de Minas Gerais e começaram a planejar", afirma o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.
O delegado ainda evidenciou que o adolescente tinha uma vida social normal, era um bom estudante e que, apesar da pouca idade, sabia navegar muito bem na internet.
O garoto não foi apreendido e será acompanhado pela Vara da Infância e da Juventude de Cariacica. A polícia capixaba questionou o adolescente sobre em qual escola ele cometeria o atentado, mas ele não explicou. Os policiais confirmaram apenas que seria um ataque a tiros em alguma unidade educacional.
As investigações mostram que, após descontentamento pessoal com a queda das notas na escola, o adolescente começou a pensar em cometer o atentado. Segundo a Polícia Civil, em outubro, ele passou a conversar com o outro adolescente, de 15 anos, morador de Minas Gerais, que também planejava um ataque no próprio Estado.
"Não se tratava de uma brincadeira. Ele afirmou que possuía essa vontade e que, se não matassem alguém, iria se matar. Notamos que se tratava de um transtorno psicológico. A vida dele era aparentemente normal, mas tinha esse pensamento suicida e homicida. Os pais nos agradeceram e disseram que não sabiam, falaram apenas que ele ficava muito no celular", explica o delegado.
O adolescente capixaba e o de Minas Gerais planejavam juntos o ataque. Segundo o delegado Brenno Andrade, a expectativa deles era colocar em prática no prazo de dois anos. Uma mulher de 21 anos, do Pará, também foi alvo da operação, mas não tinha ligação direta com os dois adolescentes. Após serem ouvidos pelas polícias, todos foram liberados.
Em um telefone apreendido, a polícia encontrou uma conversa na qual o adolescente planejava comprar uma arma. A mensagem enviada dizia: "Tô querendo um revólver .38, porém, com bala e tudo dá uns 7 mil a 9 mil, aí acho que vou ter que usar um .32, vou ver ainda". Na residência ainda foi apreendido um simulacro de arma de fogo feito com madeira e fita isolante.
Durante a coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (2), o delegado Brenno Andrade fez um alerta para que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos e deu algumas dicas:
- Monitore o que o adolescente ou criança está vendo na internet;
- Fique atento com quem o filho está conversando;
- Avalie por quanto tempo os filhos estão conectados a computadores ou celular.
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