Um adolescente de 14 anos foi agredido com socos, chutes e empurrões por uma mulher de 40 anos e um homem de 19, nesta quinta-feira (17), no bairro Quilombo, em Iúna, no Sul do Estado, no horário de saída da escola. A cena foi registrada em vídeo gravado por pessoas que presenciaram a agressão.
De acordo com a Polícia Militar, os dois adultos agrediram o adolescente porque ele estaria praticando bullying contra o primo de um dos agressores, um menino de 11 anos.
"Ele (um dos agressores) estava acompanhando de longe e, quando percebeu que ele (menino de 11 anos) seria novamente agredido, iniciou-se uma sequência de agressões físicas. O bullying, neste caso, era que o menor tinha a bolsa escrotal brutalmente apertada diariamente e várias vezes pelo menor que sofreu as agressões", disse a PM, em nota.
Segundo a corporação, os envolvidos foram encaminhados à Delegacia Regional de Iúna.
A Polícia Civil disse que, em depoimento, a mulher o homem confirmaram que agrediram o adolescente. "Segundo o relato dela (mãe), o menino vinha sofrendo agressões físicas por parte do adolescente, que machucava a criança apertando seus órgãos genitais, de modo que o menino estava com medo de voltar à escola”, disse a PC.
Ainda de acordo com a polícia, na quinta-feira (17), eles viram o momento em que o adolescente agrediu a criança mais uma vez. “O que culminou nas agressões dos dois contra o adolescente", comunicou a PC em nota.
O delegado Tiago Dornelles informou que o casal que agrediu o adolescente prestou depoimento, assinou um termo circunstanciado por lesão corporal, foi liberado e vai responder pelo crime em liberdade.
Já a criança e o adolescente envolvidos foram encaminhados para exames de lesões corporais e o caso segue sob investigação para apuração das circunstâncias da agressão.
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) disse que o fato aconteceu fora da escola. Contudo, a direção estava ciente da situação e tentou ajudar no diálogo entre os alunos.
Além disso, acionou os responsáveis dos alunos para conversar. “Eles já foram recebidos pela equipe da instituição e o diálogo foi feito para que essa situação não aconteça novamente", diz parte da nota da Sedu.
O Conselho Tutelar da cidade informou que foi procurado pela família do adolescente agredido nesta quinta e que o caso será encaminhado ao Ministério Público.
Sobre o estado de saúde do adolescente, o Conselho Tutelar comunicou que ele foi atendido em um hospital da região e já está em casa com alguns hematomas.
A mãe do adolescente que foi agredido disse não ter conhecimento dos fatos narrados pela família da outra criança e que espera que a verdade seja esclarecida. Segundo ela, o menino é calmo e não tem traço de agressividade. A mulher preferiu não se identificar pois tem medo de que outras agressões ocorram.
“Não sabia, tanto eu como o pai, nós não sabíamos de nada que foi relatado pelos familiares da outra criança. Assim que soube da agressão, fui ao encontro do meu filho. Ao encontrá-lo e verificar que realmente ele havia sido agredido, procurei a delegacia. Meu filho é um adolescente calmo, tímido, diagnosticado com autismo leve, possui dificuldade com aprendizagem, mas não tem nenhum traço de agressividade. Sempre trata todos com muito respeito, professores, colegas e familiares”, disse.
A mãe do adolescente contou que está em contato com a escola. “Antes da agressão, não foi comunicado qualquer fato à escola ou a mim. Após ir a delegacia, procurei a escola, que ainda não tinha informações do que podia estar acontecendo. Depois, a escola tomou as providências cabíveis de acordo com o regimento e está apurando os fatos”, relatou.
Desde o corrido, a família diz que não sai de casa, pois está com medo. “A situação nos pegou totalmente de surpresa. Violência só gera mais violência. Não compactuo com qualquer tipo de violência, não esperava nunca que uma coisa dessas pudesse acontecer com meu filho. Moramos em uma cidade pequena, os vídeos das agressões circulam por todas as redes sociais e recebemos mais mensagens disseminando ódio e violência”, desabafou.
Com informações de Fabiana Oliveira e Gustavo Ribeiro, G1 ES e TV Gazeta.
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