Os três adolescentes que estavam desaparecidos em Sooretama, no Norte do Espírito Santo, tiveram que cavar as próprias covas antes de serem mortos a tiros por traficantes. Os corpos de Carlos Henrique do Nascimento Trajanos e Kauã Loureiro Corrêa, ambos de 15 anos, e Wellington Gomes Simon, de 14 anos, foram encontrados na última sexta-feira (1º) em uma área de plantação de eucalipto do município.
Segundo o delegado Fabricio Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, eles foram levados vivos ao local e mortos com requintes de crueldade.
No dia 23 de agosto, um carro foi apreendido durante as buscas aos três adolescentes. No veículo, foram encontrados vestígios de sangue e, a partir da coleta de amostras, foi constatado que se tratava de sangue humano.
De acordo com o delegado, na última terça-feira (5) a perícia enviou o laudo do DNA, que concluiu que o sangue encontrado no carro era do adolescente Wellington Gomes Simon, de 14 anos.
Três adolescentes ficaram desaparecidos por uma semana após um tiroteio no bairro Sayonara, em Sooretama, no dia 18 de agosto. De acordo com informações que constam no boletim de ocorrência da Polícia Militar, após os disparos, os jovens foram para a rua, no local do crime, e não foram mais vistos.
Na terça-feira, dia 22, familiares dos adolescentes realizaram um protesto na BR 101, ainda em Sooretama, e fecharam a estrada por cerca de cinco horas. A principal reivindicação era por uma maior aceleração nas investigações, conforme apontou a reportagem da TV Gazeta Norte.
Cerca de 24 horas depois, as buscas da Polícia Civil ganharam ajuda de drone e cães farejadores – estes, inclusive, tiveram atuação na Turquia, quando mais de 40 mil pessoas morreram devido a um terremoto. Os animais foram utilizados em locais de difícil acesso.
Após denúncias anônimas, também no dia 23, um carro foi apreendido durante as buscas. No veículo, foram encontrados vestígios de sangue humano, e os parentes dos três jovens precisaram passar por teste de DNA para a comparação dos materiais.
Quatorze dias depois do desaparecimento, no dia 1 de setembro, houve a confirmação: os corpos dos jovens foram encontrados em uma área de plantação de eucalipto. Segundo a Polícia Civil, os meninos foram mortos com "requintes de crueldade" por traficantes rivais ao bairro que eles moravam.
Dois homens foram presos – incluindo Marcos Vinícius Coutinho de Carvalho, mais conhecido como "Caíque", considerado o mandante – e um menor de idade foi apreendido. Um dos suspeitos, motorista de aplicativo, de 43 anos, teria levado os meninos para o local; e a participação do adolescente não foi informada.
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