A advogada da diarista Herica Lucide Custódia, de 44 anos - presa suspeita de arquitetar o roubo milionário a dois cofres dentro de um apartamento na Praia da Costa, Vila Velha, em 17 de julho - também foi presa por suspeita de envolvimento no crime. Segundo a Polícia Civil, ela lavava o dinheiro roubado pela cliente e repassava à filha de Herica, de 29 anos, que ocultava os valores. Dentro das caixas metálicas haviam mais de R$ 1 milhão em dinheiro e joias.
Conforme a corporação, após pegar a quantia, a mulher de 29 anos comprava e vendia armas de fogo como forma de 'esconder' o dinheiro. Herica foi preso no mesmo dia do crime após ser autuada em flagrante por furto qualificado, abuso de confiança e pelo concurso de pessoas, logo após dar depoimentos incoerentes. Ela trabalhava no imóvel havia um ano.
A advogada, de 42 anos, e a filha estão presas desde o dia 9 de outubro. As duas começaram a atuar no caso logo após o crime. No mesmo dia, um homem conhecido como ‘Gordinho’, de 22 anos, também foi levado pela corporação, por participar de forma ativa no crime ao lado de Herica e outros dois homens: Diego Souza Ferreira, 37, e um que não foi identificado. Ambos estão foragidos. Diego, de acordo com a PC, é traficante em Cariacica.
“Com gordinho nós recuperamos uma pistola importada com seletor de rajadas, com diversas munições, e, R$ 120 mil reais, condizente à parte dele, na casa de um familiar. Apreendemos uma moto que ele comprou dois dias após o crime, no valor de 40 mil reais”, explicou o delegado Gabriel Monteiro, chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).
Todo o plano começou a ser planejado após Hérica “convocar” Diego e Gordinho. De acordo com o delegado, eles se conheciam de festas em Cariacica e disse para a dupla que “tinha um serviço para os dois”. Veja passo a passo do crime:
Filmagens de videomonitoramento mostram os homens na rua com uma mala, uma mochila e uma sacola - onde estavam dois cofres. Eles tiveram acesso ao apartamento por meio da liberação de Herica, que estava sozinha.
O delegado Gabriel Monteiro explicou que 15 dias antes, o quarteto tentou também realizar o roubo. Porém, não deu certo e ainda confundiu Hérica no momento do depoimento após o crime em 17 de julho. Isso porque, quando tentaram levar o dinheiro e joias pela primeira vez, o suspeito Gordinho entrou com uma peruca loira no intuito de criar um disfarce.
Por causa dessa lembrança, Hérica disse em depoimento que uma mulher chegou armada no apartamento e a rendeu. Só que as filmagens do corredor, da portaria, e de dentro da casa mostravam somente homens.
“Então, ela estava com aquilo na cabeça e, na hora que estava na delegacia, ela falou que era uma mulher. Isso aí foi um ponto que desestruturou ela. Comprovamos que a primeira história era furada, não existia nenhuma mulher, eram dois indivíduos a todo tempo”, contou o delegado.
Ela afirmou ainda que levou coronhada, mas exames de delito não apontaram nenhum ferimento. O carro utilizado no crime, um Volkswagen Voyage, era do Gordinho, e foi vendido três dias depois. Com parceria com a Polícia Rodoviária Federal, o veículo foi encontrado em Santa Catarina. Assim, conseguiram comprovar a utilização do automóvel.
Monteiro explicou ainda que todos podem responder por lavagem de dinheiro, associação criminosa e comércio de arma de fogo. Agora, a polícia busca encontrar onde está o restante do dinheiro. "A advogada ainda será ouvida e vamos concluir o inquérito. O quarto elemento [homem não identificado] estamos adiantados na investigação e em breve vamos conseguir pedir a prisão", afirmou.
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