Presa na primeira fase da Operação Ponto Cego nesta terça-feira (20), a advogada Luezes Makerlle da Silva Rocha Izoton ocupava o cargo de secretária na Comissão de Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Espírito Santo (OAB-ES). Além disso, a advogada ministrava cursos e palestras promovidos pela instituição.
A Comissão de Exame de Ordem da OAB é responsável por organizar e fiscalizar os exames de avaliação dos bacharéis em Direito que queiram ingressar no exercício da advocacia no âmbito da Seção.
A reportagem do Gazeta Online teve acesso a uma ata de reunião da OAB-ES, do dia 25 de fevereiro deste ano. O documento foi feito e assinado pela advogada que é citada como secretária da comissão. Na ata, Luezes aparece como uma das designadas para acompanhar a realização do exame da OAB que aconteceria em 17 de março em Vitória, e como a responsável por ministrar uma palestra sobre a avaliação em uma faculdade da Capital.
Além disso, no site oficial da OAB-ES, o nome de Luezes aparece em publicações representando a Comissão de Exame em eventos e palestras entre os meses de fevereiro e maio de 2019.
Apesar dessas citações, na página específica da comissão, o campo destinado à secretária aparece em branco atualmente, mas até a tarde de desta terça-feira (20), depois da prisão da acusada, o nome de Luezes ainda constava.
REDES SOCIAIS
A atuação de Luezes na comissão também pode ser verificada na própria rede social da advogada. Em uma postagem do último dia 25 de fevereiro, ela afirma que está representando a Comissão de Exame de Ordem e acolhendo aqueles que em breve estarão ao nosso lado.
Em seu perfil no Instagram, a advogada também se apresenta como coach, palestrante e apresentadora de um programa sobre Direito em uma TV. Luezes também divulgava cursos e palestras que ela ministrava em eventos organizados pela OAB e outras instituições.
O QUE DIZ A OAB-ES
Procurada, a OAB-ES informou, por meio de nota, que Luezes foi afastada das funções que ocupava em Comissões Temáticas da entidade nesta quarta-feira (21). A decisão partiu da Coordenação-Geral das Comissões.
Outra advogada detida foi Gabriella Ramos Acker, que, além da atuação na área do Direito, ocupava um cargo comissionado na Câmara Municipal de Vila Velha. O presidente da Câmara de Vila Velha, Ivan Carlini, informou que foi surpreendido com as informações. "É uma pessoa simples, nunca soubemos de nada que a desabonasse. Será exonerada do cargo e, se for comprovado que ela é inocente, poderá ser recontratada posteriormente", disse.
OPERAÇÃO
As duas advogadas foram presas na manhã desta terça-feira (20) na fase 1 da Operação Ponto Cego, realizada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc). Elas são suspeitas de coletar e transmitir bilhetes de lideranças criminosas detidas no sistema prisional capixaba.
Segundo as investigações da Polícia Civil, os bilhetes eram enviados para os comparsas que estavam fora da prisão para a execução de diversas tarefas criminosas, como o pagamento de armas de fogo, coação de testemunhas em processos criminais, compra e venda de entorpecentes, e até simulação de estado civil para mulheres fazerem trabalho de troca de informações.
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