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Advogado é preso após levar bilhetes para detentos em presídio de Linhares

Advogado é preso após levar bilhetes para detentos em presídio de Linhares

Profissional foi surpreendido na Penitenciária Regional de Linhares com um bilhete contendo informações para criminosos sobre o tráfico de drogas

Publicado em 25 de maio de 2022 às 15:12

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Advogado é preso após levar bilhetes para detentos em presídio de Linhares
Advogado Luiz Pedro Moraes, de 26 anos. (Redes sociais)

O advogado Luiz Pedro Moraes, de 26 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (25) em Linhares, no Norte do Espírito Santo, suspeito de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Segundo a Polícia Civil, ele foi surpreendido na Penitenciária Regional de Linhares com um bilhete, repassando informações para criminosos. 

O flagrante ocorreu na última segunda-feira (23), durante a visita a um detento da Serra que cumpre pena em Linhares, por tráfico de drogas, associação ao tráfico e homicídio. O advogado tentou jogar o bilhete no vaso sanitário, mas não conseguiu, e o papel foi apreendido.

Advogado é preso por levar bilhetes com informações sobre o tráfico para presos em Linhares
Advogado é preso por levar bilhetes com informações sobre o tráfico para presos em Linhares . (Polícia Civil | Divilgação)

A reportagem de A Gazeta teve acesso aos bilhetes apreendidos pela Polícia Civil. Em uma das mensagens, escrita fora da prisão, uma pessoa pede pela liberação do preso para "colocar para andar". Em resposta, um detento responde que "pode botar a questão para andar".

Bilhetes que foram apreendidos pela Polícia Civil.
Um dos bilhetes que foram apreendidos pela Polícia Civil. . (Polícia Civil | Divilgação)

No dia do flagrante, ele prestou depoimento na Delegacia de Linhares, mas foi liberado. Após as investigações, o delegado Tiago Cavalcante, titular da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc) de Linhares, pediu pela prisão preventiva do advogado. A operação ocorreu no bairro Aviso, onde o suspeito mora. Ele foi preso e não apresentou resistência

Luiz Pedro foi conduzido à delegacia para ser interrogado e a diligência foi acompanhada por um representante da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Espírito Santo (OAB-ES) e pelo advogado do suspeito.

“Ele é investigado por envolvimento com tráfico de drogas e associação para o tráfico. Segundo as investigações, o suspeito teria sido surpreendido dentro da Penitenciária Regional de Linhares, com um bilhete, repassando informações para criminosos. O preso foi interrogado e encaminhado à unidade prisional respectiva, onde seguirá à disposição da Justiça”, informou o titular da Denarc de Linhares, delegado Tiago Cavalcante.

A Polícia Civil informou que Luiz Pedro já tem passagem pela pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Em dezembro de 2020, ele foi preso, com outros dois homens, na BR 101, em Linhares, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). No carro, a polícia apreendeu armas.

O advogado foi encaminhado para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar em Vitória.

O QUE DIZ A DEFESA

Representando a defesa de Luiz Pedro Moraes, o advogado Júnior Mendonça informou ao repórter Tiago Félix, da TV Gazeta Norte, que não há nada que associe seu cliente ao tráfico de drogas, considerando que foi a primeira vez que o advogado fez atendimento ao detento no presídio.

Segundo o advogado de defesa, ele trabalha para conseguir a liberdade ou prisão domiciliar de Luiz Pedro e  não concorda com a prisão. “O advogado tem a prerrogativa de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de estado-maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar. O Espírito Santo não tem sala de estado-maior e a defesa não concorda”, disse.

O QUE DIZ A OAB-ES

Procurada pela reportagem, a OAB-ES comunicou que buscará informações sobre o caso e tomará as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia

O QUE DIZ A SEJUS

Por nota, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) reiterou que mantém rígidos protocolos de segurança em todas as unidades prisionais do Estado e colabora com os trabalhos da polícia judiciária e ministério público, quando necessário.

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