Um advogado de 69 anos foi preso por dirigir embriagado, bater em um carro e ainda proferir ofensas de cunho racista contra um policial militar durante abordagem na noite do último sábado (2), em Vitória. José Miranda Lima passou por audiência de custódia neste domingo (3) e foi liberado pelo juiz, sem fiança, com a condição de cumprir medidas cautelares.
Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, tudo começou quando um motorista abordou uma equipe que estava na Avenida Dante Michelini para informar que o condutor de um Ford Fusion havia batido no carro dele, danificando o retrovisor, e seguido em alta velocidade pela Rodovia Norte Sul fazendo manobras arriscadas.
Os policiais foram procurar o veículo e o encontraram trafegando por Jardim da Penha. O carro foi perseguido desde a Ponte de Camburi, mas só parou na Avenida Saturnino de Brito, na Praia do Canto. O motorista desceu e, segundo o relato do boletim de ocorrência, aparentava estar bêbado. Ele se apresentou como advogado, questionou o porquê de ter sido abordado e, após ser questionado, José confirmou que havia bebido durante uma confraternização em Jardim Camburi.
Foi realizado o teste do bafômetro, que deu positivo. Durante a abordagem, os policiais relataram que o advogado dizia a todo momento que os militares envolvidos na ocorrência iriam se dar mal, já que ele conhecia autoridades. José ainda xingou e proferiu falas de cunho racista direcionadas a um agente, enquanto era colocado no compartimento de segurança da viatura (confira no vídeo acima).
O suspeito foi levado para a Delegacia Regional de Vitória e autuado em flagrante por "conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, desacato a funcionário público e injúria racial". Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
Em audiência de custódia neste domingo (3), o juiz Luiz Guilherme Risso decidiu pela liberdade sem fiança do advogado, que terá de cumprir as seguintes medidas cautelares:
Na decisão, o juiz informou que a liberdade do suspeito "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita". Se ele deixar de cumprir alguma medida cautelar, poderá ter a prisão preventiva decretada.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) disse que "buscará informações sobre o caso e tomará as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia".
A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa do advogado José Miranda Lima. O espaço segue aberto, caso ele queira se manifestar.
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