Após cinco meses de investigação, a Polícia Civil chegou à conclusão que um advogado de 35 anos, com atuação em Linhares, no Norte do Espírito Santo, usava documentos com assinaturas falsas em nome de detentos para conseguir ingressar em presídio para o exercício da função. As vítimas confirmaram para os policiais que não assinaram as procurações apresentadas pelo suspeito para entrar na unidade no município.
Segundo o delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, as investigações começaram quando a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou ter desconfiança das procurações apresentadas pelo advogado em um presídio – não divulgado pela polícia. Os agentes ouviram oito presos cujos nomes constavam nos documentos suspeitos, e eles não reconheceram as assinaturas.
Diante da suspeita, os documentos passaram pela perícia grafotécnica da Polícia Civil e, após análises do material e de laudos, a corporação constatou que não foram os presos que assinaram as procurações e que em dois casos houve o escaneamento das assinaturas de outro documento reproduzidas no papel.
O advogado foi interrogado pelos investigadores e alegou que as procurações eram verdadeiras, apesar das constatações da Polícia Civil. Lucindo afirmou que o suspeito vai responder na Justiça por falsificação de documentos e, caso seja condenado, poderá ficar entre um e cinco anos preso.
A Polícia Civil informou que notificou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a finalização das investigações. A reportagem de A Gazeta demandou a OAB sobre o caso, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
O advogado Júnior Mendonça, que faz a defesa do advogado investigado pela Polícia Civil pelo crime de falsificação de documento particular, informou que o inquérito ainda não foi concluído e afirmou que seu cliente é inocente.
"Todas as procurações foram assinadas pelos detentos constituintes. As assinaturas podem ter alguma divergência porque os presos, quando assinam, assinam algemados, o que dificulta a semelhança de uma assinatura quando ela assina sem algema. Essas procurações foram assinadas para que o advogado investigado trabalhasse na guia de execução de presos condenados, requerendo medidas progressivas de regime, saída temporária e livramento condicional", finalizou.
O profissional ainda informou que aguarda a conclusão do inquérito policial para tomar as providências legais junto à Justiça.
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