Versão anterior desta matéria informava que nove advogados haviam sido presos. Contudo, foram nove mandados de prisão contra advogados, sendo sete efetivados até as 17h. O texto e o título da matéria foram corrigidos.
A Operação Armistício, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, resultou em mandados de prisão contra nove advogados. Eles são suspeitos de repassar ordens de criminosos que estão presos para comparsas que estão na rua. Os advogados presos ficarão com tornozeleira eletrônica em prisão domiciliar. Ao todo, foram cumpridos 37 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.
De acordo com o Ministério Público, até as 17h desta segunda-feira (19), seis mandados de prisão contra os advogados haviam sido cumpridos. Outro advogado havia se entregado. Os dois restantes ainda não foram encontrados.
Além dos mandados judiciais, foram cumpridas notificações de advogados para serem ouvidos perante o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
As investigações começaram em 2019 e apontaram que os advogados faziam a ligação entre os criminosos, repassando ordens de ataques a ônibus, tráfico de drogas e execuções. Além de conversas interceptadas, o número de visitas chamou a atenção. Um dos criminosos presos recebeu a visita de 80 advogados em um ano e meio. Algumas visitas duravam até cinco horas.
Em um documento da investigação, é possível ver mensagens repassadas pelos advogados. Em um dos trechos, um dos criminosos fala em “quebrar” uma mulher. A OAB acompanhou toda a operação.
“O processo está em sigilo. Todas essas diligências a gente não pode comentar. A única coisa que a OAB fez foi acompanhar todos os cumprimentos de busca e apreensão e prisão para garantir sigilo profissional e o respeito a todas as prerrogativas dos advogados envolvidos”, disse Fábio Marçal, da Comissão de Prerrogativas da OAB/ES.
Cinco presos que estavam na Unidade II de Segurança Máxima em Viana foram identificados como envolvidos no esquema. Eles foram transferidos do sistema prisional capixaba para um presídio federal. São eles:
A operação de transferência teve apoio do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal do Ministério Público (Getep), do Comando-Geral da PMES, da Secretária de Justiça e da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado do Espírito Santo, do Departamento Penitenciário Nacional do Governo Federal (Depen) e da Polícia Federal, que providenciou a aeronave que levou os presos.
A OAB-ES informa que está acompanhando o caso e acrescenta que tomará as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia.
Com informações de Aurélio de Freitas, da TV Gazeta
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