Uma operação da Polícia Federal, em parceria com o Ibama, encontrou animais exóticos em um apartamento da Serra, no Espírito Santo. De acordo com as investigações, as espécies foram compradas pelos Correios e seriam revendidas. O caso segue sendo investigado.
Entre os animais apreendidos estavam uma aranhas, anfíbios, cobras e baratas típicos de outros países. O apartamento onde eles estavam não tinha condições de higiene e cuidados para garantir a saúde dos bichos.
"Eles estavam sendo mantidos de maneira velada, escondidos dentro do apartamento, em péssimas condições. Tinham animais domésticos juntos, tinham insetos como baratas, aranhas, tinham répteis, também, cobras. Tudo sem padrão nenhum, sem uma limpeza adequada, sem recintos adequados", explicou Décio Luiz Motta, do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama.
Segundo o Ibama e a Polícia Federal, os bichos eram de uma quadrilha de São Paulo. No Espírito Santo, duas pessoas compravam ovos e filhotes - que chegavam pelos Correios - criavam e depois revendiam os bichos.
A Polícia Federal investiga como os animais chegaram ao Brasil. "É importante ressaltar que animais como estes tem que ser legalizados, somente criados com autorização", explicou.
O Ibama também já apreendeu uma criação de escorpiões amarelos, que são do Brasil. "Esses escorpiões são altamente venenosos, e perigosos para nós, humanos. Talvez um adulto, se picado, consiga sobreviver, mas uma criança não", disse o tratador Diogo Alves. A preocupação do órgão é que esses animais possam fugir, se espalhar e trazer doenças para o Brasil.
"São animais que nós não conhecemos que tipo de doenças estão trazendo. Pode ser que esse animal tenha alguma doença, mas não é visível, porque pode ser apenas um portador, um veículo de transmissão. E aí, chegando em um ambiente onde não se tem predadores, para fazer o controle populacional e defesas contra essas doenças que eles também trazem, fica difícil", disse o tratador.
Em casos assim, quando o animal pertence a alguma espécie que não é comum no Brasil, o Ibama não pode soltá-lo na natureza, porque isso causaria um descontrole ambiental. A solução, então, é entregar o bicho a alguma instituição de ensino, de pesquisa, ou a algum zoológico.
Duas aves de espécies exóticas terão como destino o Zoológico de Marechal Floriano, no interior do Espírito Santo. Segundo o Ibama, há uma lista de animais que, mesmo exóticos, são autorizadas a criação e a venda no país. O criador tem que ser licenciado.
"Já existem criadores licenciados para algumas espécies tanto silvestres como exóticas e a pessoa deve procurar esses locais já licenciados. Há uma padrão de qualidade, há uma fiscalização em cima, você sabe que vai adquirir um animal sem doença, você sabe que está adquirindo um animal bem tratado", disse Décio.
Em todo o ano passado, foram apreendidos 2,8 mil animais silvestres no Estado, que são animais da fauna brasileira, mas que não podem ser comercializados ou mantidos em cativeiro. Outros 24 eram exóticos, ou seja, de fora do país.
*Com informações de Roger Santana, repórter da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta