Após passar três anos investigando a morte de Ricardo Portugal Moura Guedes sem conseguir respostas para elucidar o crime, a Polícia Civil pediu mais tempo ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para concluir as investigações. O empresário morreu após o carro que ele dirigia explodir na Avenida Adalberto Simão Nader, em Vitória, no dia 30 de outubro de 2020.
A investigação tramita em sigilo na Justiça, mas A Gazeta conseguiu apurar com o MPES que a Polícia Civil pediu ao órgão, no dia 10 de outubro deste ano, mais prazo para finalizar o inquérito policial.
Agora, cabe ao Ministério Público do Espírito Santo, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, analisar a solicitação. O órgão declarou para A Gazeta que, além de checar o pedido, vai avaliar se indicará outras diligências para concluir a investigação, além das que já foram e estão sendo desenvolvidas pela autoridade policial.
O prazo a mais pedido pela Polícia Civil não foi informado. Em nota, a corporação afirmou que as diligências e apurações estão em andamento pela Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória.
“Informações sobre o caso só serão divulgadas quando o inquérito policial for finalizado. Ressaltamos que todo o processo de investigação corre dentro da legalidade, com a anuência do Ministério Público Estadual”, afirmou.
A reportagem de A Gazeta voltou a procurar a Polícia Civil após o posicionamento do MPES, informando sobre o prazo pedido de mais tempo feito pela corporação, mas não houve retorno da corporação até a publicação desta matéria.
O caso começou a ser investigado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (DDT). Dois anos depois, os investigadores da unidade concluíram que a explosão do Jeep Compass conduzido pelo empresário não foi gerada pelo veículo e sim por um “fator externo”.
Segundo a Polícia Civil, esses fatores externos dizem respeito a algum objeto que estava dentro do veículo, podendo ter sido um acidente, uma tentativa de suicídio ou um homicídio. A investigação então foi redistribuída e encaminhada para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Foram levantados dois fatores para determinar que a explosão não foi um delito de trânsito. O primeiro é que não houve choque do veículo com obstáculo ou objeto para explodir o carro, como ficou registrado no laudo pericial. A segunda questão abordada corresponde a dois boletins de ocorrência lavrados pela Polícia Civil de Pernambuco.
Os documentos citam suposto envolvimento do empresário em crime de fraude financeira. Conforme demonstrado nos boletins de ocorrência, haveria uma apólice de seguro em nome de Ricardo, o que poderia ter motivado o crime. Assim, concluiu-se que o caso deveria ser apurado como um crime violento contra a vida, não cabendo mais a investigação à Delegacia de Trânsito.
Em novembro do ano passado, assim que assumiu a investigação, o delegado Marcelo Cavalcanti, da DHPP, requereu autorização judicial para que o Banco Itaú fornecesse informações sobre a existência de apólices de seguro em nome do empresário. Desde então, não se sabe se houve algum avanço nas apurações.
O motorista que dirigia o Jeep Compass que explodiu em movimento, era o empresário Ricardo Portugal Moura Guedes, na época com 38 anos. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Ricardo era dono de uma empresa de tecnologia. Ele deixou um filho de 7 anos. "Não sei nem o que dizer. Ele era um bom amigo, um homem trabalhador, realmente isso ter acontecido foi um susto", desabafou a esposa dele após o ocorrido.
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