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Após 3 meses, famílias de jovens atropeladas e mortas no ES cobram respostas

Após 3 meses, famílias de jovens atropeladas e mortas no ES cobram respostas

Tatiana Almeida Monteiro e Janaína Barcelos Gomes foram atropeladas no acostamento da BR 381 e motorista fugiu do local sem prestar socorro. Processo está em segredo de Justiça

Publicado em 31 de maio de 2022 às 06:49

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 Janaína Barcelos Gomes, de 28 anos, e Tatiana Almeida Monteiro, de 26 anos, mortas após serem atropeladas no acostamento da rodovia BR 381, em São Mateus.
Janaína Barcelos Gomes e Tatiana Almeida Monteiro voltavam do trabalho quando morreram atropeladas no acostamento da BR 381, em São Mateus. (Acervo Pessoal)

Meses de angústia e nenhuma resposta. Desde o dia 12 de fevereiro deste ano, as famílias de Tatiana Almeida Monteiro, de 26 anos, e Janaína Barcelos Gomes, de 28 anos, que morreram atropeladas no acostamento da rodovia BR 381, em São Mateus, pedem por Justiça. A Polícia Civil indiciou o motorista do carro que atingiu as vítimas. O condutor, que fugiu do local do acidente sem prestar socorro, não teve a identidade divulgada e o processo está em segredo de Justiça.

O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil no dia 4 de março e enviado para o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). No entanto, o órgão pediu informações complementares sobre a investigação e a corporação precisou reunir novos laudos, entregues novamente junto ao inquérito no dia 26 de abril.

A família das vítimas soube somente nesta segunda-feira (30) que a investigação policial havia sido concluída, segundo apuração da repórter Rosi Bredofw, da TV Gazeta Norte. A falta de informação sobre o processo leva Eduarda Almeida, irmã de Tatiana, a não acreditar mais na Justiça.

Eduarda Almeida, irmã de Tatiana, uma das vítimas.
Eduarda Almeida, irmã de Tatiana, uma das vítimas. (Raphael Verly)
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Não sei nem descrever o que sinto, porque nós não ficamos sabendo. Nós sempre esperamos uma notícia melhor, mas só vai para trás. [...] Desde o dia que ele se entregou, nem ficamos sabendo. Eu não tenho mais esperança que ele seja condenado

Eduarda Almeida
Irmã de Tatiana
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As mulheres eram trabalhadoras rurais e saíam do trabalho quando foram atropeladas. Tatiana deixou um filho de 7 anos, e Janaína tinha três filhas, de 3, 5 e 9 anos, sendo que a filha mais velha viu o acidente, já que a família morava perto do local.

A advogada da família de Janaina, Léslie Mesquita Saldanha, que trata da parte trabalhista do processo, disse que entrou também com pedido de pensão por morte e com uma ação pleiteando indenização, além de pedido de acompanhamento psicológico para as três filhas da vítima. “Buscamos por uma segurança financeira para essas três crianças, que ficaram desamparadas com a morte da Janaína. Então, buscamos isso no processo de indenização”, afirmou.

ANDAMENTO DO PROCESSO

Questionado sobre o andamento do processo e o motivo de estar em segredo de justiça, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) informou que "o processo está em fase de inquérito policial e se encontra em segredo em razão de diligências sigilosas da PCES (Polícia Civil do Espírito Santo)”

Já Polícia Civil, por nota, informou que o suspeito foi identificado e indiciado pelas mortes das duas mulheres e que o inquérito policial já foi concluído. "A decisão de decretar segredo de justiça compete ao poder judiciário”, afirmou a corporação.

Para a reportagem de A Gazeta, o delegado Paulo Amaral, titular da 16ª Delegacia Regional de São Mateus, que está à frente do caso, explicou que, como o processo não está mais com a corporação, ele não poderia informar a situação do motorista — se ele permanece solto ou se foi preso.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) também comunicou que “está impedido, por força de lei, de se manifestar em relação a procedimentos que tramitam sob sigilo”, disse o órgão, em nota.

Diante das respostas da Polícia Civil e do MPES, a reportagem da TV Gazeta Norte procurou novamente o Tribunal de Justiça do Espírito Santo. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

SEGREDO DE JUSTIÇA

Consultado pela reportagem para esclarecer sobre os motivos para um processo estar em segredo de justiça, o advogado Bernardo Augusto explicou que alguns processos podem estar nessa situação por serem de crimes de grande repercussão, para não haver prejuízos no andamento do processo.

“Normalmente, o juiz, em situações específicas como essa, a partir de requerimento do interessado, determina que esse processo fique em segredo para não tumultuar o andamento dele, não atrapalhar o recolhimento de provas e o depoimento de testemunhas”, disse o advogado.

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