As escolas municipais de Vitória receberão o botão do pânico, projeto já consolidado no atendimento a mulheres que sofrem com violência doméstica, para casos de emergência. O projeto, que ainda está em fase de testes, será implementado primeiro na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Éber Louzada Zipinotti, em Jardim da Penha, invadida por um jovem com armas brancas na última sexta-feira (19). Ao todo, 32 unidades devem receber o recurso. Ainda não há um prazo para que outros colégios recebam o botão.
A informação da implementação do botão do pânico em escolas foi confirmada pelo comandante em exercício da Guarda Municipal de Vitória, Thiago Reis, em entrevista ao repórter Kaique Dias, da TV Gazeta, na manhã desta segunda-feira (22). Ele comentou que isso ajudará no atendimento rápido a casos como o da invasão do jovem à escola da Capital.
"Vamos trabalhar um projeto que já tínhamos em mente e iniciaremos com essa escola, que é o do botão do pânico. É um projeto já consolidado que funciona com mulheres vítimas de violência. Passaremos para as escolas também, vamos iniciar aqui com a Éber Louzada, que dá um atendimento mais rápido e prioritário em casos de emergência", disse.
O comandante em exercício da Guarda Municipal explicou que, ao ser acionado, o botão do pânico começa a gravar o som ambiente e envia a localização para a corporação. Assim, equipes são acionadas para o local.
"Esse botão do pânico fica à disposição de algum servidor estratégico. Em casos de emergência, ele aciona esse dispositivo. Esse botão do pânico começa a gravar o som ambiente, manda um sinal de GPS para a nossa central e nossas viaturas já seguem em prioridade para o local", complementou.
Ainda não há prazo para que outras escolas recebam o botão do pânico, já que, conforme Thiago Reis, o projeto depende de licitações.
De acordo com Thiago Reis, desde a invasão à escola, equipes da Guarda Municipal trabalharam para levantar possível pontos de fragilidade na EMEF Éber Louzada Zipinotti. Ele descreveu existir problemas estruturais – que foram resolvidos – e outros que foram identificados e serão corrigidos ao longo da semana.
"Iniciamos, desde o fato, o acompanhamento através da nossa inspetoria escolar, que já está fazendo um trabalho efetivo. Durante o final de semana, nossa equipe de inteligência trabalhou para identificar as fragilidades que havia no prédio para inibir esse tipo invasão. Algumas delas já foram sanadas e, durante a semana, vamos sanar os demais problemas que a gente identificou", argumentou o comandante em exercício da Guarda de Vitória.
Em entrevista à reportagem de A Gazeta na tarde desta segunda (22), o comandante da Guarda de Vitória, Fábio Rebello Alves, detalhou que 32 escolas municipais da capital irão receber o botão do pânico. A primeira será a unidade invadida na última sexta (19). Não há um prazo para que todas recebam o recurso.
"O aplicativo já estava sendo pensado pela Prefeitura de Vitória antes da invasão. Agora a administração tenta agilizar", comenta Fábio Rebello.
A Secretaria de Educação deve informar quem será o responsável por ter e acionar o botão em caso de emergência dentro da unidade. O recurso deverá ser usado em três casos: invasão, uso de arma de fogo e caso apareçam drogas dentro da escola.
"Quando o corpo técnico da escola visualizar a invasão, drogas ou armas, eles devem acionar o botão. A informação vai chegar para a Guarda Municipal, que vai enviar a viatura mais próxima. O tempo de atendimento é extremamente importante", afirma.
Perguntado sobre prazos, o comandante da Guarda não soube informar quando todas as escolas serão contempladas com o botão do pânico. As secretaria de Segurança e Educação devem definir quais unidades irão receber o recurso.
Um jovem foi detido após invadir uma escola em Jardim da Penha, em Vitória, armado com armas brancas, que estavam em uma mochila deixada do lado de fora do colégio, na tarde desta sexta-feira (19). Uma criança ficou levemente ferida no rosto.
O jovem foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio, na sexta-feira (19), em Vitória. Na manhã de sábado (20), ele passou por uma audiência de custódia e em seguida foi encaminhado para o hospital psiquiátrico HEAC, em Cariacica.
Neste domingo (21), a Secretaria de Justiça do Estado (Sejus) informou que ele passou por uma consulta e foi encaminhado para a unidade prisional em Viana.
A Gazeta não vai publicar detalhes sobre o ataque e sobre o autor seguindo recomendações de especialistas, em atenção ao chamado “efeito contágio”. Para os estudiosos, quando a mídia publica esse tipo de informação, aumenta a possibilidade de imitadores do ato, em busca de visibilidade e notoriedade. Este é geralmente um dos objetivos dos agressores, que passam a ser idolatrados por outros indivíduos propensos à promoção de novos massacres.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta