Diante do clima de tensão e apreensão da população após os ataques criminosos iniciados na Leitão da Silva e disseminados para outros bairros de Vitória, nesta sexta-feira (14), o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), aproveitou para elogiar o trabalho da Polícia Militar e sinalizar um ambiente de parceria com o governo, afastando boatos de crise na segurança e de que a corporação não estaria atuando de maneira eficiente, por conta das negociações salariais em curso.
Durante a entrevista coletiva sobre o balanço das operações realizadas na Capital, Casagrande esclareceu que os ataques foram uma reação de grupos criminosos a um enfrentamento que bandidos tiveram com a Polícia Civil, que resultou na morte de um jovem de um grupo criminoso. Ele reiterou que a polícia é bem preparada e está atuando de forma objetiva, que não deixará de enfrentar os bandidos.
O governador frisou que a Polícia Militar também continuará trabalhando desta forma nos próximos dias, inclusive nos eventos do Sambão do Povo e do Carnaval, e afastou qualquer tipo de comparação à greve da PM, de 2017.
"Vocês viram os policiais trabalhando hoje. Infelizmente essa realidade de ataque às vias públicas não aconteceu pela primeira vez. Vocês viram a força com que a polícia atuou, cercando a região, dando segurança à população capixaba. Então parabéns à polícia pelo trabalho que fez, e isso mostra a presença da força institucional do estado, para que a gente proteja de fato o cidadão capixaba", disse.
Embora durante o dia o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, ter dito que não descartava pedir ajuda à Força Nacional para conter a série de ataques, o governador afastou essa possibilidade de pedir algum tipo de reforço.
"A nossa polícia atuou muito bem. Nós nunca vamos deixar de pedir apoio quando for necessário, mas a nossa polícia está atuando bem e quero cada vez mais parabenizar o trabalho que as forças policiais têm feito no Estado. A luta contra os grupos criminosos é diária. Temos conseguido reduzir a violência, homicídios, mas nós enfrentamos grupos que se organizam, que trabalham com dinheiro, tem renda, que colocam jovens para trabalhar. É um trabalho que tem que ter persistência e planejamento, que é o que estamos tendo no Estado".
Casagrande garantiu que o evento desta sexta-feira em Vitória não interfere na conversa com as forças de segurança sobre reajuste salarial. Nesta quinta-feira (13), a reunião do governo do Estado com dirigentes de sindicatos e associações terminou sem acordo, e a discussão só voltará depois do carnaval. Ele pontuou que o governo tem os seus limites, da Lei de Responsabilidade Fiscal, do equilíbrio de caixa e da relação com os demais servidores, e que foi feita uma proposta que continuará a ser discutida.
Ele também descartou que tenha havido algum tipo de "operação tartaruga" ou operação padrão", como circulou nas redes sociais.
"Não tem relação entre as negociações salariais e o episódio do dia. Em hipótese alguma. A operação foi padrão porque foi eficiente, porque a polícia esteve atuando com muita firmeza. A polícia está tendo, por parte do governo, um diálogo permanente, estamos com uma mesa de negociação debatendo, discutindo. A polícia tem quase 200 anos de existência, é uma policia respeitada pelos capixabas, eles estão trabalhando com intensidade, e há muito tempo não tinham uma mesa de negociação posta, um investimento em infraestrutura. O governo do Estado assumiu em 2019 com a área de segurança pública destruída, nós estamos resgatando, e eles sabem que entregaremos em 2022 uma polícia muito mais motivada e estruturada".
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