A prisão de um suspeito de tráfico de drogas no município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, acabou de uma forma inusitada. Sabendo que o irmão do jovem detido é fã de rock e tinha uma guitarra guardada em casa, um dos policiais aceitou tocar um pouco do que sabe e impressionou o rapaz. O caso aconteceu na última quinta-feira (11).
O soldado Alander Oliveira Melo é policial há sete anos e atua na Força Tática do município. Ele relata que foi ao local com outros policiais para atender uma ocorrência de tráfico de drogas e um jovem de 21 anos foi preso. Na casa foram encontradas buchas de maconha, pedras de crack e um revólver calibre 32. O suspeito foi levado para a delegacia de Colatina.
Com o suspeito já sob o domínio de outra equipe policial, Alander e um colega ficaram na residência conversando com a família. Ele relatou, por telefone, que já os conhecia por se tratar de uma cidade pequena e sabia que o jovem preso ameaçava e intimidava todos os familiares. "Intimidava todos da casa, inclusive esse irmão dele, que tem cerca de 22 anos", contou.
Sabendo que o irmão mais velho do detido era fã de rock, concordou em tocar a guitarra que estava guardada no quarto. O instrumento foi um presente dado ao jovem pela mãe. "Trocamos uma ideia, eu falei que também tocava e ele pediu pra gravar", relata.
A intenção era criar uma interação com a família, um vínculo de confiança. De acordo com o militar, criar esse laço se tornou essencial para o sucesso da atividade policial nas ruas. "Esse lado intimidador é polícia velha, ficou pra trás a truculência, tem que pegar a confiança da comunidade para ajudar a gente. Ninguém está dando mole mais nas ruas, tem que ter a confiança da comunidade que vai sentir que pode fazer a denúncia porque são gente como a gente", afirma.
Na vida do soldado, a música é só um hobby, mas na ocasião se tornou uma forma de captar a confiança da família. Ele aponta, ainda, que momentos como esse são importantes para desmistificar a imagem que muitas pessoas têm da corporação. "Às vezes as pessoas acham que nós da Força Tática já vamos para a violência, só sabemos bater, mas temos todo esse lado da integração na comunidade que é muito mais forte", pontua.
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