Após ficar foragido por um ano, Márcio Tyrone Conti de Amorim, de 22 anos, acusado de atropelar vizinhos de propósito na Serra, teve a liberdade concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril deste ano, sem ter sido preso. A informação foi confirmada pelo advogado dele, Pablo Ramos Laranja, à reportagem de A Gazeta. Na prática, isso significa que, agora, o jovem não é mais considerado procurado pela polícia e responderá ao processo em liberdade.
O caso aconteceu em 31 de março de 2022, no bairro Cidade Continental. À época, Francisco Carlos do Nascimento, de 63 anos, não resistiu após ser atropelado. Em 13 de maio daquele ano, um mandado de prisão preventiva foi expedido contra Márcio pelo crime e, desde então, o jovem era procurado pela polícia.
Agora, pela decisão do STJ, Márcio deve seguir medidas cautelares, como por exemplo o monitoramento eletrônico. "Inicialmente ele foi considerado foragido, mas não se apresentou porque vive à base de medicamentos. Ele vem fazendo acompanhamento psiquiátrico, não tem ficha de antecedentes criminais, nunca teve nenhum tipo de problema. Apenas esse. Hoje ele vem colaborando com todas as medidas cautelares fixadas. Agora ele passa a responder onde já foi agendada a próxima audiência para o final do ano que vem", declarou o advogado de defesa.
Câmeras de segurança flagraram quando Márcio Tyrone Conti de Amorim, de 22 anos, acelerou o carro e atingiu duas pessoas no bairro Cidade Continental, na Serra. O atropelamento proposital aconteceu no dia 31 de março de 2022 e tirou a vida de Francisco Carlos do Nascimento, de 63 anos.
O resultado do inquérito que investigou o caso foi divulgado no dia 2 de junho de 2022 pela Polícia Civil. Investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra apontaram que ele ocultou provas do crime.
A diarista Jovita Pires, esposa de Francisco, foi ferida de raspão, mas Francisco não resistiu aos ferimentos e morreu após diversas paradas cardíacas no hospital.
Durante a coletiva de imprensa em que a conclusão do inquérito foi divulgada, o delegado Daniel Fortes disse que Francisco foi atropelado por Márcio enquanto tentava separar a briga, sem chance de defesa.
"No dia dos fatos, estava ocorrendo uma confusão entre os vizinhos no bairro em função de som alto e barulho de motocicleta. O Márcio, amigo de um dos indivíduos que estavam na confusão, usou o seu carro para atropelar o senhor. Ele estava de costas, não oferecia risco e nenhum tipo de perigo. Estava dando um apoio para amenizar aquela situação no momento do atropelamento", explicou o delegado.
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da DHPP da Serra, além de fugir após o atropelamento e de não se apresentar em nenhuma delegacia para se explicar, Márcio ocultou provas.
"Desde o cometimento do crime, ele não se apresentou em nenhuma delegacia para tentar justificar ou diminuir as consequências do seu ato. Ele ocultou todas as provas, o veículo utilizado no crime. Fizemos todas as diligências possíveis para cumprir o mandado de prisão. Fomos em residências na Serra, Piúma e sequer ele se apresentou na delegacia, mesmo sabendo que a polícia estava atrás dele", disse Sandi Mori.
O advogado de Márcio chegou a dizer que ele tem transtornos psiquiátricos, versão contestada pelos delegados na ocasião. O advogado do jovem, Pablo Ramos Laranja, ingressou com quatro pedidos na Justiça relacionados ao caso, incluindo um habeas corpus, mas todos foram negados em junho de 2022.
Segundo a Polícia Militar, no dia do atropelamento, Márcio entrou no veículo durante a confusão na rua e arrancou com o carro para cima do casal.
O impacto da batida foi tão forte que arremessou Francisco para cima e fez o vidro do para-brisa do automóvel trincar. Jovita foi atingida de raspão. Em seguida, o atropelador fugiu do local.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta