Uma área na Praça do Cauê, em Vitória, foi isolada nesta quarta-feira (26) pela Polícia Militar, por suspeita de que um explosivo tenha sido acoplado embaixo de um carro. O esquadrão antibombas da corporação foi acionado e fez o procedimento de detonação por volta das 17h30, mas ainda não há a confirmação se o artefato era explosivo ou se o barulho ouvido por testemunhas, além do objeto em chamas, fazem parte do detonador usado pelos militares em casos com essas características. A ocorrência aconteceu na Rua Pinto Aleixo, no bairro Santa Helena.
Segundo a repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta, a proprietária do veículo, uma assistente social de 55 anos, que preferiu não se identificar, afirmou ser perseguida por um indivíduo há meses. Ela contou que percebeu o objeto estranho no início da tarde, por volta de 13h.
"Eu observei era umas 13h, mais ou menos, porque eu olhei no relógio. Como eu estava sendo perseguida, sentindo que alguém estava me vigiando, e também já fui abordada por um casal tentando me chantagear, dizendo que tem supostas provas contra mim, resolvi averiguar o meu carro. Deitei embaixo do carro e verifiquei que tinha esse objeto, então resolvi chamar a polícia", detalhou.
A assistente social acrescentou ainda que já havia entrado com uma medida protetiva contra um homem que se diz apaixonado por ela, em dezembro do ano passado. O suspeito, inclusive, segundo a mulher, também teria insinuado que sabia onde ela estaria, o que gerou a desconfiança de algo estar acoplado ao veículo.
"Essa pessoa insinuou que sabe onde estou. Se ela insinuou onde estou, consegue me localizar – ou (porque) tem alguma coisa no meu celular, um rastreador, ou (porque) tem alguma coisa no meu carro. Troquei até o número do meu telefone, por causa dessa perseguição", afirmou.
Após notar o material estranho, a mulher chamou a Polícia Militar. Equipes da Guarda Municipal de Vitória também foram acionadas. O esquadrão antibombas chegou ao local às 16h, e moradores e trabalhadores foram retirados dos prédios vizinhos. Por volta das 17h30, o grupo especializado detonou o material.
Também em entrevista à TV Gazeta, o policial do esquadrão antibombas Thiago de Almeida Silva deu detalhes de como foi o trabalho da corporação até a detonação do objeto "misterioso". Segundo o militar, a possibilidade de o objeto ser uma bomba não foi descartada. Há a suspeita, inclusive, de que pudesse ser ativado de forma remota.
"Ao abrir o objeto, ele veio a se consumir. Pegou fogo. Não é previsto pegar fogo O tipo de explosivo que a gente utiliza para fazer essa contra carga não faz com que aconteça de vir a pegar fogo. Suspeitamos de ter alguma bateria, ou seja, de algum acionamento por telefone ou de algum rastreador. Não eliminamos a possibilidade de ser realmente um artefato explosivo", reforçou.
Os fragmentos do objeto serão encaminhados para a Polícia Civil, com o objetivo de ajudar nas investigações sobre o caso.
O tráfego ao redor da Praça do Cauê, em direção à Terceira Ponte, entre Vitória e Vila Velha, foi completamente interditado pelo menos duas vezes durante à tarde. Procurada, a Guarda Municipal informou que esteve no local para garantir a fluidez do trânsito.
Por volta das 18h, uma das três faixas em direção à Terceira Ponte ainda permanecia fechada. O trânsito ficou complicado tanto na Reta da Penha, quanto na Praça do Pedágio. Pelo aplicativo Waze, que mostra o trânsito em tempo real, foi possível ver que os principais acessos da região apresentavam lentidão. Às 20h, já não havia retenções no local.
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