Horas antes do ataque a um carro no Centro de Vitória que matou duas pessoas, a Polícia Militar apreendeu uma arma na casa do jovem Kelvin Filgueiras da Silva, de 28 anos, que é uma das vítimas.
A apreensão ocorreu na manhã deste domingo (4). Após uma denúncia anônima, a Polícia Militar foi à residência do jovem, no bairro Moscoso, em Vitória, e apreendeu uma pistola calibre .380.
No momento da apreensão, Kelvin estava fora de casa. Ele havia ido à praia com o grupo de amigos que depois foi o alvo do ataque no Centro de Vitória. Além da arma, os militares também apreenderam na residência um carregador com munições, notebook, quatro celulares e R$ 227 em dinheiro.
"No momento que eles estavam na praia, pela manhã, a Polícia Militar recebeu uma denúncia e vai averiguar e, na casa desse cidadão Kelvin, localiza uma pistola. Ele não estava em casa e esse material foi apresentado para a Polícia Civil. Então, antes do ataque, a PM foi à casa de Kelvin e encontrou uma pistola", relatou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho.
Além de Kelvin, o motorista de aplicativo Adriano Pereira do Amaral, de 39 anos, também morreu no ataque. As informações iniciais dão conta de que o motorista dirige para aplicativos, mas na ocasião estaria em uma corrida particular, retornando com os passageiros da praia. Ele seria amigo dos jovens, segundo investigações da polícia.
Um dos sobreviventes contou aos policiais que o grupo de passageiros passou a noite na Rua da Lama e, ainda na manhã de domingo, foi à Praia da Costa, em Vila Velha, onde ficou até as 16h. Quando os passageiros voltavam para casa com o motorista de aplicativo, o veículo foi fuzilado no Centro de Vitória. Para a Polícia Civil, o crime foi premeditado e os bandidos sabiam onde as vítimas passaram o dia.
As investigações apontam que o ataque de criminosos que fuzilaram o carro no Centro de Vitória é resultado de uma briga ligada ao tráfico de drogas de duas comunidades da região: o Moscoso e o Cabral. As vítimas eram do Moscoso, enquanto os atiradores têm ligação com o Cabral.
O próprio secretário de Segurança reconhece um aumento na violência ligada ao tráfico de drogas na Grande Vitória. "Tem um aumento. Tivemos um setembro bastante violento que destoou dos meses anteriores. Tudo ligado ao tráfico. Dos homicídios em setembro, 80% estão ligados ao tráfico de entorpecentes. E isso explode de uma hora para outra: quando tem essa rivalidade, quando tem essa identificação de um ponto rentável, quando fomenta essa rivalidade por rede social, descobre como descobriram ontem onde os jovens estavam, como descobriram no caso da ilha Dr. Américo. E a consumação sempre é de forma violenta com homicídios, lamentavelmente, com jovens de tão baixa faixa etária", analisou Ramalho.
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