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Assassino confesso de Sérgio Blank conheceu poeta em bar no dia do crime

Assassino confesso de Sérgio Blank conheceu poeta em bar no dia do crime

O nome do homem preso não foi divulgado pela polícia, já que o suspeito cumpre mandado de prisão temporária, que deverá durar 30 dias

Publicado em 4 de maio de 2021 às 18:23

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Sérgio Blank, poeta e escritor, em retrato de 2017
Sérgio Blank, poeta e escritor, em retrato de 2017. (Bernardo Coutinho / Arquivo AG)

Após decretação de prisão temporária nesta segunda-feira (03) do autor da morte do poeta e escritor capixaba Sérgio Blank, a polícia recolheu indícios que provam que o suspeito, um jovem de 27 anos, conheceu a vítima já no dia do crime. Sérgio Blank tinha 56 anos. O assassinato aconteceu no dia 23 de julho de 2020 na casa do artista, no bairro Campo Grande, em Cariacica.  O nome do homem preso não foi divulgado pela polícia, já que o suspeito cumpre mandado de prisão temporária, que deverá durar 30 dias.

Além de ter matado o poeta no dia em que o conheceu, a polícia afirma que o suspeito estava sob efeito de crack. Segundo o delegado Eduardo Khaddour, titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica, as investigações tiveram início logo depois do crime.

"Foi uma investigação complexa porque aconteceu no interior da residência em Cariacica e o suspeito fugiu para a Serra depois do crime, onde permaneceu junto com a companheira, que está grávida, e o filho. O crime ter sido dentro de casa, onde só estavam vítima e autor, dificulta muito o trabalho investigativo, mas os elementos probatórios dão indícios contundentes (de que ele foi assassinado pelo suspeito detido). A prisão dele foi cumprida ontem (segunda-feira, dia 3), quando fomos ao bairro Feu Rosa para cumprir mandado de prisão temporária e mandado de busca, e conseguimos capturá-lo. Ele confessou o crime e explicou, em parte, a dinâmica", iniciou.

Sérgio Blank em retrato de quando exercia o cargo de coordernador de humanidades da Secretaria de Cultura
Sérgio Blank em retrato de quando exercia o cargo de coordernador de humanidades da Secretaria de Cultura. (Nestor Muller / Arquivo AG)

Khaddour explicou que as investigações também comprovaram que o homem conheceu a vítima apenas no dia do crime, em um bar. Segundo o delegado, o poeta convidou o suspeito para ir à residência dele e houve uma discussão no apartamento. No local, o criminoso deu um golpe conhecido como mata-leão na vítima, que caiu desmaiada. Depois, o acusado enforcou Sérgio usando um fio de telefone. O computador e o celular da vítima foram roubados. "Não localizamos o aparelho celular e o computador, mas o crime de latrocínio é a principal linha de investigação", afirmou a autoridade policial.

O assassinato do escritor, aparentemente por motivação patrimonial, não foi o primeiro crime cometido pelo autor, que não tem profissão registrada. "Ele tem inúmeras passagens, um histórico criminal bem vasto, notadamente de crimes contra o patrimônio, como roubo de veículos e roubos a pessoas. Além disso, frise-se que ele estava, no momento em que executava a vítima, beneficiado por alvará de soltura havia dois meses. Ou seja, ele saiu da cadeia no mês de maio e em julho cometeu o crime bárbaro", acrescentou.

O inquérito policial sobre a morte do poeta e escritor deverá ser concluído em até 30 dias pela DHPP de Cariacica. O nome do autor do crime ainda não foi divulgado pela Polícia Civil, já que o suspeito cumpre mandado de prisão temporária, também por 30 dias. "Ao ser concluído, será encaminhado à Justiça, com a representação pela prisão preventiva dele. Esperamos que ele seja denunciado e futuramente condenado pelo crime", concluiu Eduardo Khaddour.

RELEMBRE O CASO

O poeta Sérgio Blank foi encontrado morto no próprio apartamento. Na época, a irmã dele, Nilceia Blank, contou que esteve na residência e achou o irmão deitado na cama, sem vida e com as mãos "muito roxas".

Segundo ela, o escritor enfrentava uma cirrose hepática há alguns anos e estava na fila de espera por um transplante de fígado. Porém, a doença estava controlada, por isso, a família suspeitou que a morte se tratava de um infarto, inicialmente. "Eu conversei com ele um dia antes e ele estava bem, normal", comentou.

Sérgio Blank no lançamento do livro lança Blue Sutil,  em fevereiro de 2019
Sérgio Blank no lançamento do livro Blue Sutil, em fevereiro de 2019. (Fernando Madeira / Arquivo AG)

No entanto, no dia seguinte, a Polícia Civil já investigava o caso e o tratava como um provável assassinato. Colunista de A Gazeta, Leonel Ximenes noticiou que o corpo de Sérgio Blank apresentava sinais de violência e que o poeta havia sido encontrado com um fio de telefone preso ao pescoço.

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