Após decretação de prisão temporária nesta segunda-feira (03) do autor da morte do poeta e escritor capixaba Sérgio Blank, a polícia recolheu indícios que provam que o suspeito, um jovem de 27 anos, conheceu a vítima já no dia do crime. Sérgio Blank tinha 56 anos. O assassinato aconteceu no dia 23 de julho de 2020 na casa do artista, no bairro Campo Grande, em Cariacica. O nome do homem preso não foi divulgado pela polícia, já que o suspeito cumpre mandado de prisão temporária, que deverá durar 30 dias.
Além de ter matado o poeta no dia em que o conheceu, a polícia afirma que o suspeito estava sob efeito de crack. Segundo o delegado Eduardo Khaddour, titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica, as investigações tiveram início logo depois do crime.
"Foi uma investigação complexa porque aconteceu no interior da residência em Cariacica e o suspeito fugiu para a Serra depois do crime, onde permaneceu junto com a companheira, que está grávida, e o filho. O crime ter sido dentro de casa, onde só estavam vítima e autor, dificulta muito o trabalho investigativo, mas os elementos probatórios dão indícios contundentes (de que ele foi assassinado pelo suspeito detido). A prisão dele foi cumprida ontem (segunda-feira, dia 3), quando fomos ao bairro Feu Rosa para cumprir mandado de prisão temporária e mandado de busca, e conseguimos capturá-lo. Ele confessou o crime e explicou, em parte, a dinâmica", iniciou.
Khaddour explicou que as investigações também comprovaram que o homem conheceu a vítima apenas no dia do crime, em um bar. Segundo o delegado, o poeta convidou o suspeito para ir à residência dele e houve uma discussão no apartamento. No local, o criminoso deu um golpe conhecido como mata-leão na vítima, que caiu desmaiada. Depois, o acusado enforcou Sérgio usando um fio de telefone. O computador e o celular da vítima foram roubados. "Não localizamos o aparelho celular e o computador, mas o crime de latrocínio é a principal linha de investigação", afirmou a autoridade policial.
O assassinato do escritor, aparentemente por motivação patrimonial, não foi o primeiro crime cometido pelo autor, que não tem profissão registrada. "Ele tem inúmeras passagens, um histórico criminal bem vasto, notadamente de crimes contra o patrimônio, como roubo de veículos e roubos a pessoas. Além disso, frise-se que ele estava, no momento em que executava a vítima, beneficiado por alvará de soltura havia dois meses. Ou seja, ele saiu da cadeia no mês de maio e em julho cometeu o crime bárbaro", acrescentou.
O inquérito policial sobre a morte do poeta e escritor deverá ser concluído em até 30 dias pela DHPP de Cariacica. O nome do autor do crime ainda não foi divulgado pela Polícia Civil, já que o suspeito cumpre mandado de prisão temporária, também por 30 dias. "Ao ser concluído, será encaminhado à Justiça, com a representação pela prisão preventiva dele. Esperamos que ele seja denunciado e futuramente condenado pelo crime", concluiu Eduardo Khaddour.
O poeta Sérgio Blank foi encontrado morto no próprio apartamento. Na época, a irmã dele, Nilceia Blank, contou que esteve na residência e achou o irmão deitado na cama, sem vida e com as mãos "muito roxas".
Segundo ela, o escritor enfrentava uma cirrose hepática há alguns anos e estava na fila de espera por um transplante de fígado. Porém, a doença estava controlada, por isso, a família suspeitou que a morte se tratava de um infarto, inicialmente. "Eu conversei com ele um dia antes e ele estava bem, normal", comentou.
No entanto, no dia seguinte, a Polícia Civil já investigava o caso e o tratava como um provável assassinato. Colunista de A Gazeta, Leonel Ximenes noticiou que o corpo de Sérgio Blank apresentava sinais de violência e que o poeta havia sido encontrado com um fio de telefone preso ao pescoço.
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