O atentado a duas escolas no bairro Coqueiral de Aracruz, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, ocorrido na manhã de sexta-feira (25), deixou 16 vítimas, quatro delas mortas: três professoras e uma adolescente de 12 anos. Cinco pessoas seguem internadas com ferimentos em decorrência do ataque. Quatro delas, duas crianças e duas mulheres, estão em estado grave.
O assassino foi preso no início da tarde e foi identificado como um ex-aluno da escola estadual, de 16 anos de idade. Ele planejava o ataque a escolas havia pelo menos dois anos, mas a motivação não foi informada. O atirador tinha uma suástica nazista estampada na roupa e usou a arma do pai policial militar no crime.
A maior parte das vítimas é formada por professores da EEEFM Primo Bitti, onde o adolescente entrou atirando na sala dos professores. No total, 11 professores foram atingidos, sendo que duas morreram no local. A terceira professora teve a morte confirmada na tarde deste sábado (26). A outra morte ocorreu no Centro Educacional Praia de Coqueiral, instituição particular no mesmo bairro, também invadida pelo atirador.
Uma das professoras mortas no ataque é Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, conhecida como Peinha, que dava aulas de alfabetização. Conforme registros da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), ela começou a dar aulas na rede estadual em 2003, sempre com contratos temporários. Ela voltou a dar aulas em 2011 e no início deste ano assumiu novo contrato para dar aulas na escola em que foi vítima do ataque.
Segundo a família, Maria da Penha morava no bairro São José, na região central do município. A professora era casada há 18 anos e deixa três filhos menores de 16 anos. "Ela morreu no lugar que mais amava, dentro da escola, mas não merecia morrer desta forma tão trágica, ainda estou sem chão", disse Santilha Pereira de Melo Perovani, irmã de Maria da Penha.
Moradora do bairro de Coqueiral de Aracruz, a adolescente Selena Sagrillo Zuccolotto foi mais uma das vítimas do ataque a escola em Aracruz. Aluna do 6º ano do Ensino Fundamental do Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), ela havia recebido um certificado pelo seu bom desempenho escolar em premiação ocorrida nesta semana.
Ela foi alvo do atirador dentro da escola. O atirador ficou pouco mais de um minuto no local e fez três vítimas entre os alunos. Selena não resistiu aos ferimentos e foi a óbito ainda no local.
A terceira vítima do ataque foi Cybelle Passos Bezerra Lara, 45 anos, professora de Matemática da EEEFM Primo Bitti. Ela era professora efetiva da rede estadual desde 2018, mas já havia atuado por meio de contratos temporários desde 2015.
Ela também veio a óbito ainda na escola, logo depois de ser alvo do atirador e não resistir aos ferimentos. Em 2019, ela aparece como uma das selecionadas para atuar na Olimpíada de Matemática das escolas estaduais do Espírito Santo.
A quarta morte foi confirmada na tarde deste sábado (26) pela Secretaria de Estado da Saúde. A vítima foi identificada como Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 38 anos. Ela era professora da escola estadual e passou por cirurgia no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves antes de falecer. Flávia estudou na Universidade Federal do Espírito Santo - instituição que manifestou pesar pelas mortes no que chamou de "cruel atentado".
Um dia após os ataques em escolas de Coqueiral, bairro de Aracruz, duas crianças, de 11 e 14 anos, e duas mulheres, de 45 e 52 anos, seguem internadas em estado grave, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde por volta das 18h30 deste sábado (26). Uma quarta morte em decorrência dos atentados foi confirmada pouco antes, na tarde deste sábado.
As duas mulheres passaram por cirurgias e estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves. Já as duas crianças estão na UTI do Hospital Infantil de Vitória. A vítima de 11 anos é um menino, e a de 14 anos é uma menina, que está intubada. Ainda segundo a secretaria, uma quinta pessoa baleada nos ataques, uma mulher de 58 anos, passou por cirurgia e tem o quadro de saúde considerado estável. Ela está internada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas.
Professora de Língua Portuguesa na Escola Estadual Primo Bitti, Priscila Queiroz Marques, 40 anos, também foi atingida por três tiros, sendo um na clavícula e dois nas costas, mas, segundo o pai dela, estava fora de perigo na sexta-feira (25). Ela foi levada para o Hospital São Camilo, em Aracruz.
O adolescente de 16 anos, autor dos ataques a tiros a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25), tinha uma suástica nazista estampada na roupa e usou a arma do pai policial militar no crime.
As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa pelo governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), que contou com a presença de autoridades policiais.
As investigações identificaram que o atirador é um adolescente de 16 anos que estudou, até junho deste ano, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, a primeira unidade alvo de ataque. A família o transferiu para outra escola, mas não foi confirmada para qual unidade.
O atentado foi planejado há, pelo menos, dois anos, segundo o superintendente da Polícia Norte, João Francisco Filho. “Ele planejava isso há dois anos e no dia de hoje (25) colocou em prática. Pegou o carro do pai, tampou a placa, praticou o ato na escola, retornou para casa e depois saiu. A família tinha uma segunda casa no município (onde o adolescente foi encontrado)”, explicou.
Segundo informações do Capitão Alexandre, do 5º Batalhão da Polícia Militar, após o primeiro ataque, o atirador entrou em um veículo do modelo Renault Duster, de cor dourada, com as placas cobertas, e foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde fez as demais vítimas. Ele foi localizado devido à identificação do carro.
Versão anterior desta matéria informava que três pessoas haviam morrido nos ataques. No entanto, na tarde deste sábado (26), uma quarta vítima que estava internada faleceu em decorrência dos disparos. O texto foi atualizado.
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