Quem mora em algumas comunidades de Vitória vive constantemente em meio do fogo cruzado protagonizado por facções rivais da Capital capixaba. Mesmo com a prisão de importantes lideranças do tráfico de drogas, vários confrontos armados ainda ocorrem, o que provoca medo nos moradores e desafia as forças de segurança do Espírito Santo.
Nesta terça-feira (28), houve mais um intenso tiroteio no bairro Tabuzeiro, que ficou com marcas de tiros e muitas cápsulas espalhadas pelas ruas. Poucas horas antes, ainda na noite de segunda (27), um adolescente de 15 anos foi baleado no meio da rua durante um ataque em Jabour. Já na manhã do mesmo dia, uma escola de Itararé chegou a ser fechada após um suspeito passar disparando pela região.
E esses ataques, segundo o coronel Alexandre Ramalho, começaram a se intensificar ainda mais no mês passado. "De outubro para cá, temos visto uma rivalidade que se acirrou entre duas organizações criminosas, que viviam nas suas atividades ilícitas e não se confrontavam", disse, em entrevista para a TV Gazeta.
Para o secretário de Segurança Pública do Estado, os disparos em Tabuazeiro foram uma forma de intimidar os rivais. Ramalho não descarta, no entanto, que possa ser uma reação à prisão de Luan Vera, o segundo criminoso mais procurado do Espírito Santo. O irmão dele, Gabriel Gomes Faria, também está preso.
Entre as prisões consideradas importantes para desarticular o tráfico em Vitória estão as dos conhecidos como ‘Irmãos Veras': Luan Gomes de Faria, Kamu, e Gabriel Gomes Faria, o Buti, que aconteceram, respectivamente, em 25 de outubro e 24 de novembro. Os dois comandava a facção Terceiro Comando Puro (TCP), originária do Rio de Janeiro, e principal rival do Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Luan era considerado a ‘'cabeça'’ do grupo criminoso, e Buti apontado como articulador dos ataques da organização em território capixaba, tendo ambos, por meio da organização, o controle dos bairros Itararé, Cruzamento, Conquista e Tabuazeiro.
Na época da prisão de Kamu, o delegado Romualdo Gianordoli, superintendente de Polícia Especializada (SPE), afirmou que, com a prisão deles, um lado das disputas entre facções estava sendo desarticulada.
"Essas organizações já estão 'linkada' com Rio de Janeiro e São Paulo, que, por sua vez, já estão com os pés fincados em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, onde ocorre toda essa transação ilegal de armas e de drogas", concluiu Ramalho.
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