Avançou a investigação do caso do jogador de futebol da equipe sub15 do Porto Vitória, baleado na cabeça no último sábado (21) e que teve a morte confirmada nesta quarta-feira (25). O adolescente estava na casa de um amigo, de 15 anos, em Cariacica, quando o disparo aconteceu. O imóvel foi periciado e o projétil que atingiu o jovem, assim como três aparelhos celulares, foram recolhidos para análise.
Murilo Costa Felix Oliveira, de 14 anos, estava internado em estado grave no Hospital Infantil de Vitória desde o ocorrido. Quem confirmou a morte do menino foi o ortopedista e traumatologista José Carlos Gomes, médico do Porto Vitória e também da equipe médica que atendeu o jovem na unidade. Ele disse que a família permitiu a doação dos órgãos do menino. Sobre a morte do jovem, o Porto Vitória, time de futebol capixaba em que ele jogava, emitiu nota de pesar. Veja abaixo:
O amigo de Murilo, um adolescente de 15 anos, foi autuado pela Polícia Civil após apresentar contradições no depoimento e, segundo Fábio Pedroto, titular da Delegacia Especializada no Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle), que investiga o caso. Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o delegado disse que o andamento da investigação poderá levar mais pessoas a serem responsabilizadas.
Ele explicou, por exemplo, que, após o ocorrido, outros adolescentes estiveram na casa. "Possivelmente, chamados pelo menor que está internado (no Ciase) e é apontado como autor do fato. Eles já foram identificados e serão chamados para prestar declarações, sobre como eles tomaram conhecimento do ocorrido, e por isso foram ao local”, disse o titular da Deacle.
3 celulares apreendidos
Além de coletar os depoimentos, o delegado Fábio Pedroto disse que apreendeu três celulares: um do adolescente de 15 anos (apontado como autor do disparo), um do jovem de 14 anos baleado e morto, e um terceiro que estava na casa, ainda sem identificação. Os três aparelhos, segundo ele, serão periciados.
Imagens de câmeras serão analisadas
O delegado afirmou ainda que o equipamento de armazenamento de imagens do prédio também foi apreendido, para serem extraídos outros dados que possam colaborar com o entendimento do caso. “Nós também já requisitamos as gravações de acionamento do Ciodes e do Samu/192, para compreendermos em que momento foi feito o acionamento após o jovem ser baleado, e se esse momento foi muito depois do acontecido, ou foi logo depois. Estamos trabalhando com todas as possibilidades”, destacou Pedroto.
O projétil (a bala) que atravessou o crânio de Murilo não havia sido encontrado pela Polícia Civil, inicialmente. No entanto, o delegado disse para A Gazeta que ele foi encontrado posteriormente alojado em um aparelho de ar-condicionado, e recolhido pela perícia para serem feitas as análises necessárias.
A arma de fogo de onde partiu o disparo, que seria do pai do amigo de Murilo, o adolescente de 15 anos, foi adquirida de forma irregular e estava em situação ilegal, segundo o delegado. Não havia registro do equipamento no nome do pai do garoto, e, agora, a Polícia Civil tenta identificar o verdadeiro proprietário para descobrir como o armamento foi parar nas mãos da família do menor – se houve um extravio, furto, ou se essa arma foi vendida pelo real proprietário.
Por fim, o delegado destacou que a polícia seguirá em diligências e vai aguardar os resultados dos trabalhos da perícia da Polícia Científica (PCI).
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