A morte de um jovem que foi baleado por um policial militar quando já estava rendido completou um mês nesta segunda-feira (2) e segue sem resposta. O caso aconteceu no bairro Santo André, na Grande São Pedro, em Vitória.
Uma câmera de segurança registrou a ação. Nas imagens, Weliton da Silva Dias, de 24 anos, aparece em um beco, quando o atirador chegou. Ele levantou os braços e, mesmo assim, o PM atirou à queima-roupa. Atingido por dois disparos no peito, Weliton não resistiu aos ferimentos.
No dia seguinte ao ocorrido, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Márcio Celante Weolffel, informou que o caso estava sendo apurado e que os dois militares envolvidos na ocorrência tiveram as armas recolhidas e foram afastados de suas funções operacionais. Contudo, eles poderiam seguir trabalhando em funções administrativas.
"Nós determinamos ao comandante-geral da PM a instauração de um inquérito policial militar para averiguação e investigação de todas as circunstâncias do fato ocorrido na data de ontem e o recolhimento das armas dos policiais militares e o afastamento preventivo cautelar das atividades operacionais", disse o secretário em vídeo divulgado no dia 3 de abril.
Na ocasião, o secretário falou que o prazo para que as investigações fossem concluídas era de 60 dias. Mais de 30 dias depois, a reportagem procurou os envolvidos na apuração para saber o andamento do caso.
A Polícia Militar (PM) informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) segue em andamento, que não há atualizações e que os policiais militares continuam afastados do serviço operacional de patrulhamento.
Já a a Polícia Civil disse que o caso segue sob investigação do Serviço de Investigações Especiais do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga ocorrências envolvendo agentes de segurança. A corporação destacou que trabalha conforme os prazos estabelecidos pelo Código Processual Penal e que o Inquérito Policial possui prazo de 30 dias para conclusão, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
Enquanto o caso segue sem uma solução, a família de Welinton cobra por uma resposta e por celeridade no processo.
"Novidade no caso não tem. A gente queria um parecer da Justiça para saber o que aconteceu. Ninguém falou mais nada, não deu satisfação, não sabemos nem se esses policiais ainda estão realmente afastados. O secretário de Segurança tem que dar uma resposta. Eles estão achando que deixamos para lá, mas nós estamos em cima. Completou um mês e não tem nada. Domingo é Dia das Mães, o pior Dia das Mães da vida da minha mãe", falou Obadias da Silva, irmão de Welinton.
Na noite do sábado, dia 2 de abril, uma câmera de segurança flagrou o momento em que Weliton da Silva Dias, de 24 anos, foi baleado no peito por um policial militar, no bairro Santo André, na Grande São Pedro, em Vitória.
Atingido por dois tiros no peito, ele não resistiu aos ferimentos. Familiares não sabem se ele morreu no beco onde foi baleado ou quando deu entrada no Pronto Atendimento de São Pedro.
No boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil consta a informação de que a vítima estava armada e de que uma submetralhadora foi apreendida. O vídeo não é claro e não é possível ver arma na cena.
No entanto, de acordo com a descrição do boletim, o policial militar que atirou no rapaz relatou que avistou Weliton portando um armamento em bandoleira, ou seja, uma arma presa por uma espécie de correia. Ao ser visto, ele teria corrido em direção a um beco e foi perseguido pelos policiais. Na mesma ocorrência, um barbeiro de 23 anos foi baleado na perna ao tentar ajudar a vítima.
Com informações do g1 ES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta