O homem de 41 anos baleado por um policial militar de folga durante o evento do TendaLab, realizado no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, Vitória, na noite de sexta-feira (26), está se recuperando.
A vítima, que teve alta na manhã de sábado (27), foi atingida por dois disparos, que atravessaram o abdômen e a perna esquerda e, por pouco, não atingiu regiões mais perigosas. Em entrevista ao repórter Paulo Ricardo Sobral, da TV Gazeta, ele falou sobre o ocorrido e relatou que, mesmo com os remédios, é difícil dormir e ainda sente dores em decorrência dos ferimentos.
“Não estou conseguindo trabalhar nem fazer as coisas que eu gosto, que eu faço no dia a dia. Mudou tudo”, resumiu.
Segundo uma testemunha, que preferiu não ser identificada, tudo começou com um esbarrão.
“Foi uma confusão sem sentido, acho que eles se esbarraram e a pessoa (PM) foi para cima dele querendo intimidá-lo, e foi uma confusão generalizada. Ouvimos um disparo e, quando fomos ver, nosso amigo estava baleado no abdômen e na perna.”
No boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar, o policial contou que teria sido agredido e ameaçado pelo grupo e que, ao perceberem que ele estava armado, tentaram tirar a pistola da cintura dele. O militar disse, ainda, que teria sido roubado, mas a vítima nega as acusações, relatando que, mesmo assim, foi escoltada ao hospital.
Victor Ramos, advogado do homem ferido, diz que acompanha as investigações “para ver qual vai ser a conclusão e dar prosseguimento no andamento da defesa e, nos próximos passos, em caráter indenizatório e também no caráter criminal.”
O militar responsável pelos disparos se chama Luiz Diego Vieira da Cruz. A reportagem da TV Gazeta entrou em contato com ele, que disse que não estava comentando o caso e, quando questionado sobre sua defesa, encerrou a chamada. O canal está aberto para manifestações.
A Polícia Militar informou, em nota, que as circunstâncias do fato serão elucidadas no decorrer das investigações, conduzidas pela Polícia Civil, e destacou ainda que o policial investigado nunca respondeu por nenhum processo administrativo ao longo de sua carreira na corporação. A PM ressaltou ainda que será instaurado um inquérito interno e que, durante a apuração, o policial continuará trabalhando normalmente.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que as diligências começaram imediatamente após o ocorrido e seguem em andamento no Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. Mais detalhes não serão divulgados no momento. A arma do militar foi apreendida.
No sábado (27), assessoria de imprensa do evento também foi procurada e enviou uma nota se solidarizando com a vítima e informou que o homem teve alta às 10h15 deste sábado. O TendaLab disse também que repudia veementemente todo tipo de violência.
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