Portas arrombadas, caixas de equipamentos espalhadas e muito prejuízo. Este foi o cenário encontrado pela diretora do escola estadual Victorio Bravim, Liane Bravim Catelan, no distrito de Araguaia, no interior de Marechal Floriano, na Região Serrana do Estado, assim que chegou ao local para trabalhar na manhã desta segunda-feira (30).
O saldo e o tamanho das perdas ainda não foram contabilizados, mas pelo menos 64 chromebooks (notebook) novos e guardados na caixas, além de outros computadores, foram levados do colégio. Os equipamentos seriam utilizados pelos estudantes de dois turnos para auxiliar na volta das aulas presenciais.
"É uma sensação de impotência e revolta. A escola é um local sagrado para mim. Chegar aqui pela manhã e me deparar com as salas reviradas, bagunça, coisas fora do lugar e ainda ver que tudo (chromebooks) foi levado. Em 31 anos como diretora da escola nunca passei por algo parecido. Desde que a escola veio aqui para cima, há quase 20 anos, jamais passamos por uma coisa deste tipo.
A diretora do colégio disse ainda que os criminosos tiveram o "cuidado" de danificar o sistema de videomonitoramento interno justamente para dificultar as investigações.
"Eles tiveram a audácia de quebrar várias câmeras, cortaram os fios de outras e ainda levaram o computador onde os vídeos ficam armazenados. Estou muito indignada com o que presenciei aqui hoje cedo. Somos de uma comunidade muito tranquila, nossa escola está inserida na comunidade e é muito querida. O prejuízo vai muito além dos bens levados. Fica também agora a insegurança", pontuou Liane.
A escola Victorio Bravim é um dos orgulhos do pequeno distrito florianense. Alunos da escola por diversas vezes já apareceram entre os melhores do Estado no Exame Nacional do Ensino Médio em provas de anos anteriores.
Devido ao arrombamento, a diretora da instituição informou que as aulas foram suspensas nesta segunda e os colaboradores trabalham para tentar voltar à normalidade já na terça-feira (31).
"Professores, funcionários e quem mais pode estão se ajudando para que amanhã a gente ao menos consiga voltar com as aulas, nem que seja remotamente. Hoje, infelizmente, não tivemos condições porque estava uma bagunça, tudo revirado. Não sabemos quando ocorreu e nem quem possa ter feito isso, mas espero que sejam identificados e presos. Não se faz isso com uma escola", lamentou a diretora.
Em nota, a Polícia Militar confirmou que o colégio foi invadido e que policiais foram até a instituição para averiguarem a situação.
"Na manhã desta segunda-feira (30), policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de furto em um estabelecimento de ensino na região de Araguaia, em Marechal Floriano. De acordo com a solicitante e diretora da escola, ela chegou para trabalhar por volta das 6h50 e se deparou com o portão principal e o dos fundos arrombados. Diversas caixas de computadores também estavam abertas na frente da escola, bem como uma caixa de som e uma tela de computador. No local, acompanhados pela diretora, a equipe verificou que diversas portas de salas de aula estavam arrombadas, assim como da diretoria, da biblioteca e da sala de reunião", diz um trecho da nota.
"Diversas caixas, onde estariam armazenados os produtos furtados (chromebooks) estavam espalhados pelo chão da escola. Foram retirados alguns aparelhos de data show e computadores, tendo a diretora sentido falta de um aparelho de data show, na ocasião. Além do cenário de diversas salas arrombadas e cadeados quebrados, foram destruídas diversas câmeras de videomonitoramento. Também foram retirados o computador e o HD da sala de videomonitoramento, porém alguns aparelhos foram deixados para trás. A diretora disse que foi subtraída uma televisão, um celular e que ainda teria que fazer um levantamento para precisar o que havia sido levado. Ela não soube dizer quando o fato aconteceu. A diretora foi orientada a registrar o fato na delegacia do município", diz a parte final da resposta da PM.
A reportagem de A Gazeta também entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação, visto que o colégio é estadual. Em nota, a Sedu disse que a Superintendência Regional de Educação (SRE) de Cariacica registrou um boletim de ocorrências. A equipe da SRE esteve no local e aguarda as investigações da Polícia Civil. As aulas nesta segunda-feira estão sendo realizadas no formato remoto.
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