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Bebê espancado na Serra tem histórico de agressão e chegou a ficar em coma

Bebê espancado na Serra tem histórico de agressão e chegou a ficar em coma

O caso aconteceu no dia 13 de junho, na Serra, e o principal suspeito é o padrasto da vítima. No dia do crime, a menina foi socorrido por um primo do suspeito

Publicado em 8 de julho de 2024 às 18:08

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O caso de agressão a uma bebê de um ano e quatro meses chocou até mesmo a polícia. A menina chegou a ficar em coma por conta dos ferimentos. O caso aconteceu no dia 13 de junho, na Serra, e o principal suspeito é o padrasto da vítima. No dia do crime, a menina foi socorrido por um primo do suspeito. 

O homem foi preso e a mãe indiciada. Os nomes dos envolvidos e do bairro não serão divulgados para preservar a vítima, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).

Conforme explicou a titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Thais Cruz, no dia 14 de junho, o Hospital Infantil de Vitória notificou a entrada da criança vítima de maus-tratos.

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Começamos a investigação de imediato, uma equipe que foi até o hospital verificou que a criança estava em coma, respirando por aparelho. Foi constatado que ela tinha múltiplas fraturas na cabeça

Delegada Thais Cruz
Titutar da DPCA
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Tomografia da cabeça de bebê agredida na Serra
A tomografia feita na criança apontou lesões cranianas . (Divulgação)

Em casa

No dia 13 de junho, a mãe da bebê estava trabalhando e quem cuidava dela era o padrasto. O suspeito também ficou com uma bebê de quatro meses - filha do casal. Próximo das 20 horas, o primo do homem chegou na casa, porque ambos tinham combinado de assistir a um jogo na lanchonete que a mãe trabalha.

Quando o primo chegou, encontrou a criança no chão, sufocada e puxando o ar. O padrasto, nesse primeiro momento, falou que a menina tinha se engasgado após tomar mamadeira.

O familiar, desesperado, pegou um carrinho de bebê e foi pedir ajuda na rua. Foi quando uma viatura da Polícia Militar passou e realizou os primeiros socorros. A vítima chegou a ter uma parada cardiorrespiratório enquanto era socorrida pelos agentes, mas eles conseguiram reanimá-la e a levaram até a Unidade de Pronto Atendimento de Castelândia, também na Serra.

Na unidade, foi constatado o estado de saúde grave da vítima, que foi transferida para o Hospital Infantil de Vitória.

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Lá eles perceberam que ela possuía várias lesões no corpo, nas costas, braço, perna, e uma pancada na cabeça, e que ela não estava respondendo aos comandos

Delegada Thais Cruz
Titutar da DPCA
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A mãe foi informada e esteve no hospital. Segundo a titular da DPCA, ela chegou a ficar desesperada ao saber do estado de saúde da filha.

Investigações e prisão

No dia seguinte à internação, 14 de junho, a avó materna procurou a delegacia para informar que a mãe havia confirmado que a criança tinha sido agredida pelo padrasto.

“Pela estrutura dela, das lesões, não tinha sido uma queda. Ele (padrasto) mudou depois a versão, falou que ela caiu de uma cama box de solteiro”, disse a delegada Thais Cruz. O padrasto foi preso no dia 17 de junho.

Durante o depoimento, ele voltou a falar que no dia 13 de junho, a criança caiu de uma cama box, de uma altura de mais ou menos 50 cm. Segundo o suspeito, ele puxou a menina pela perna, só que ela chegou a bater a cabeça no chão e, por isso, a pancada na cabeça.

Um médico que atendeu a bebê informou aos policiais que a lesão na cabeça era incompatível com uma queda da cama, em razão das múltiplas fraturas.

Agressões recorrentes

A titular da DPCA, delegada Thais Cruz, explicou que exames externos do Departamento Médico Legal (DML), mostraram que a menina tinha diversas lesões em várias partes do corpo, em diferentes estágios de cicatrização.

“Apontou a lesão do dia 13 que foi a pancada na cabeça, além de fraturas no crânio e lesões na coxa, no braço, nos olhos e nas costas, inclusive na região íntima que ocorreram de 6 dias até o dia do fato. Então era um sinal que essa criança vinha sendo agredida há pelo menos uma semana de forma contínua”, informou a delegada.

O exame também mostrou que a menina não havia sofrido abusos sexuais.

Mãe investigada

A partir disso, a polícia passou a investigar a conduta da mãe.

“A genitora foi ouvida, falou que tinha mais ou menos um mês que o padrasto ficava com as crianças. Nós ouvimos mais duas babás que tomaram conta da criança. Elas não apontaram nenhuma conduta da mãe de agressão física, falaram que ela era uma boa mãe. Só que era incompatível a mãe não saber das lesões, dos hematomas da filha durante os cuidados com a menina. Não tinha como ela não saber”, explicou Thais Cruz.

A mulher foi indiciada por tortura na forma de omissão e não foi presa. Já o padrasto foi indiciado por tortura e tentativa de homicídio.

"No primeiro momento, a gente focou no padrasto. Depois a gente começou a ver que a mãe tinha sido omissa, por isso que ela foi indiciada pela tortura, porque a criança era agredida reiteradamente", destacou a delegada. 

Nesta segunda-feira (8), a bebê teve alta. Ela e os outros três filhos da mulher estão com familiares.

Outra internação

No dia 22 de maio, a bebê já havia dado entrada em um hospital com uma pancada na cabeça e na perna. Na ocasião, ela também estava com o padrasto, mas a polícia não foi acionada. 

Neste caso, a mãe disse que a filha amanheceu mancando e por isso ela havia sido levada ao hospital. 

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