Foi com indignação que o empresário Thiago Pereira Assayag, dono da clínica de fisioterapia furtada duas vezes pelo mesmo homem em um único dia, recebeu a notícia de que o suspeito tinha sido solto de novo, dessa vez por decisão da Justiça.
O empresário, que reforçou a segurança do estabelecimento em Vila Velha com grades após a ocorrência na última segunda-feira (06), disse ter medo que o suspeito volte na clínica.
"O prejuízo e o trauma só ficam para quem está do lado certo. A minha sensação é de tristeza. Sinto medo dele voltar e esse medo vai perdurar por bastante tempo. Chega a beirar o ridículo e o bizarro essa soltura dele", lamentou o empresário.
O alvará de soltura foi expedido na manhã de quarta-feira (08). Armando Sena foi preso pela primeira vez na manhã de segunda. O suspeito foi flagrado depois que o alarme do estabelecimento tocou e estava com uma sacola com eletrodomésticos da clínica.
O homem foi levado para a delegacia por volta das 7h de segunda-feira, mas não ficou preso e foi liberado pelo delegado. Segundo a Polícia Civil, ele foi liberado com base na aplicação do princípio jurídico da insignificância, já que não tinha histórico criminal, não causou dano ao patrimônio alheio e a ação criminosa não foi consumada, já que ele foi flagrado enquanto tentava cometer o crimeDe acordo com o dono do estabelecimento, o suspeito saiu da delegacia a pé e voltou direto para a clínica para tentar furtar novamente. Após ser detido outra vez, a Polícia Civil manteve a prisão e o conduziu para o presídio.
A juíza Raquel de Almeida Valinho, porém, decidiu por libertá-lo provisoriamente, alegando que não há registros criminais antecedentes de Armando.
Segundo Thiago, o próprio suspeito disse a ele que sabia que não ficaria preso por muito tempo. "Falou na minha cara que ela seria levado para uma clínica de reabilitação por ser usuário de drogas e depois ficaria em liberdade. E nem para a reabilitação ele foi, saiu da prisão direto para a rua. É preciso repensar as políticas públicas porque a impunidade está reinando", comentou.
Para a magistrada que mandou soltar o suspeito, a liberdade dele "não oferece risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa e ocupação lícita".
O suspeito precisa seguir algumas medidas cautelares: ele está impedido de sair da Grande Vitória sem autorização da Justiça, está proibido de frequentar bares e boates, de ter contato com a vítima e de ir à clínica e não pode sair de casa entre 20h e 6h.
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