O Batalhão de Missões Especiais (BME), da Polícia Militar, fez um cerco na manhã desta terça-feira (30) a um edifício na Rua Inácio Higino, na Praia da Costa, em Vila Velha, onde o homem suspeito de atirar no pai, de 80 anos, estava armado dentro de um apartamento. Ele foi retirado do imóvel e encaminhado para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. A informação foi confirmada pelo major Pimenta à reportagem de A Gazeta.
Segundo a Polícia Militar, houve um acionamento via Ciodes sobre um cidadão que estaria agressivo e chegou a agredir algumas pessoas que faziam manutenção no prédio onde mora. O major Pimenta afirmou à reportagem que o homem é Hedder Bollivar de Freitas, de 43 anos, um policial rodoviário federal aposentado, que teria efetuado os disparos contra o pai dele na noite anterior.
Moradores relataram que Hedder teria dado coronhadas com a arma de fogo em funcionários da obra do prédio. Ele também teria desferido tapas contra as vítimas. “Ele informou que era para ninguém se aproximar do apartamento dele”, informou o major.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, o delegado Marcelo Cavalcanti, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, informou que o suspeito deverá responder por tentativa de homicídio contra o pai, além de seis crimes de ameaça e dois de lesões corporais.
"Isso tudo considerando que ele deu uma coronhada em uma das vítimas e jogou um martelo, que atingiu o braço de outra. A Polícia Civil não tem dúvidas de que ele é autor dos disparos que atingiu o pai, visto que, nas diligências, tanto os PMs que atenderam a ocorrência quanto os policiais civis, confirmaram que a própria vítima de 80 anos falou que tinha sido o próprio filho quem cometeu o crime. O veículo utilizado pelo autor, inclusive, está mesmo em nome dele", disse.
Segundo o delegado, a previsão para que o inquérito seja concluído é de 10 dias, mas ainda faltam diligências. "Falta ouvir a vítima, que, se Deus quiser, terá alta logo; no entanto, ela (a vítima) está na UTI em estado grave, e a filha está muito abalada. Falta ouvir o próprio acusado, diligenciar para recuperar imagens do crime, fazer perícias, checar a arma encontrada para saber se foi a usada no crime — ela tem registro válido. Ele está aposentado do cargo na PRF desde 2019, então fizemos contato com a Corregedoria e, até o momento, não tivemos resposta acerca deste processo de aposentadoria. Assim que chegar, juntaremos essa informação ao inquérito", acrescentou.
Ainda segundo o delegado, nesta quarta-feira, a filha e outro filho da vítima serão ouvidos na delegacia. O crime ocorreu na rua e não foi presenciado pelos irmãos do suspeito. "No momento da autuação, não muda o fato da insanidade mental. Porém, a lei processual oferece um incidente no processo — de insanidade mental", acrescentou. Marcelo Cavalcanti não informou se o homem tinha outras passagens pela polícia.
Após ser acionado por meio do Ciodes, o BME realizou a contenção e isolamento da área do edifício na Rua Inácio Higino, na Praia da Costa, em Vila Velha, onde o homem suspeito de atirar no pai estava armado dentro de um apartamento. Ao tentar fazer o contato verbal com Hedder, os policiais perceberam que ele havia saído do apartamento. O suspeito foi localizado e detido no primeiro andar do prédio.
No apartamento dele, foram encontradas 268 munições, bem como 4 pinos de cocaína que, segundo autoridade policial, o suspeito diz ser para uso próprio. Também foram apreendidos carregadores de arma e entorpecentes. Segundo o major, o homem não chegou a fazer disparos.
O major Pimenta ressaltou que havia uma informação de que o suspeito teria problemas psiquiátricos. "No diálogo com ele, observamos que ele não estava em condições mentais normais", afirmou. “Na conversa que eu tive com ele, ele nem se recorda do que aconteceu ontem (tiros no pai), pelo menos com o que conversou comigo. Simplesmente alega que não se recorda de nada", completou o major.
Com relação à arma que ele portava, o major disse não ter informações se o objeto seria da corporação (PRF) ou de uso pessoal do homem.
Na tarde desta terça-feira (30), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que Hedder Bollivar de Freitas foi aposentado por invalidez e saiu da corporação em 2018. Sobre a arma, a corporação afirmou que a usada por ele na PRF foi recolhida no ato de aposentadoria.
Demandada pela reportagem, a Polícia Civil informou que o suspeito foi autuado em flagrante pelos crimes de lesão corporal, injúria e ameaça. Ele foi conduzido ao Centro de Triagem de Viana (CTV) e deverá ser realizada uma audiência de custódia para decidir sobre uma possível conversão da prisão em preventiva.
À reportagem de A Gazeta, a síndica do prédio onde Hedder foi detido, Eliane Casotte, informou que já tinha contato com o pai do suspeito e que sabia dos problemas do policial rodoviário aposentado. A síndica ressaltou que o homem nunca tinha dado problema no prédio e que ele morava sozinho em um dos apartamentos que pertencem ao pai dele no edifício.
"Em abril, ele estava tendo muitos surtos, saindo cerca de 10, 15, 20 vezes à noite. Eu conversei com o pai dele e o pai achou melhor internar ele, mas acabou saindo", relatou.
Sobre a agressão aos funcionários da obra, Eliane disse que Hedder desceu de onde estava para agredir os trabalhadores da construtora. "Pelas crises dele, ele achou que o pessoal estava perseguindo ele, ou que o pessoal conversando debaixo do apartamento, na garagem aberta, incomodava ele. As vozes ficavam na cabeça dele", explicou.
Um corretor de imóveis de 80 anos foi baleado em frente à casa onde mora no bairro Bento Ferreira, em Vitória, na noite desta segunda-feira (29). Segundo informações da Polícia Militar, o principal suspeito de atirar contra o corretor é o filho da vítima, Hedder Bollivar de Freitas, de 43 anos, um policial rodoviário federal aposentado. O crime aconteceu por volta das 22h na Avenida Joubert de Barros, próximo ao Hospital da Polícia Militar (HPM).
Segundo a Polícia Militar, o homem atirou cinco vezes contra o pai. Quatro disparos acertaram o idoso, que foi atingido nas costas e na perna. De acordo com a apuração do repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, o corretor contou para a polícia que estava no bar, que fica ao lado da casa, quando o filho parou com um carro de cor preta na frente da casa e buzinou.
O idoso então foi até a calçada. Testemunhas relataram que o homem saiu do carro e atirou contra a vítima. Um servidor público ouvido pela reportagem da TV Gazeta contou que o idoso disse ter sido o filho quem atirou e pediu para que nada fosse feito contra ele, pois o filho teria problema.
"Na verdade, ele relatou que foi o próprio filho que fez isso. Ele estava sentindo muita dor e pediu pra virar ele. Ele falou que foi o filho que fez isso, mas que não queria que fizessem nada contra o filho porque o filho tem problema. Todo mundo aqui sabe que o filho é um policial aposentado por problemas psicológicos e uso de drogas e que ele não tinha bom convívio com o pai", disse o servidor.
Até o final da noite de segunda, o suspeito ainda não tinha sido localizado. A ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local depois das 22h30. Os socorristas fizeram o primeiro atendimento ainda na calçada. Consciente e conversando com a equipe, o idoso foi levado para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória. O atual estado de saúde dele não foi informado.
O carro do suspeito foi encontrado aberto e abandonado sem as chaves na Enseada do Suá, em Vitória, mas o indivíduo não foi localizado. Segundo a Polícia Militar, não havia nada de ilícito no veículo e o automóvel foi guinchado para o pátio Vasco da Gama, em Cariacica.
A Polícia Civil concedeu entrevista coletiva informando detalhes sobre a autuação do suspeito e as investigações. O texto foi atualizado.
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