O rapaz de 21 anos que foi encontrado com um corte profundo na barriga na Praia do Ermitão, em Guarapari, no Espírito Santo, se manifestou sobre o caso. Em uma mensagem enviada em um grupo de um aplicativo de mensagens, o jovem, que segue internado em um hospital particular da Serra, desabafou e afirmou que as histórias que circulam na internet sobre o caso desde o domingo (30) são mentiras.
A veracidade da mensagem enviada pelo rapaz, que também já circula nas redes sociais, foi confirmada pelo advogado do casal de namorados, Lécio Machado, que nesta segunda-feira (31) afirmou em entrevista para A Gazeta que o rapaz estava com a namorada, 20 anos, em um luau na praia quando foram vítimas de um ataque criminoso cometido por terceiros.
"Todos esses boatos estão me fazendo muito mal, está sendo muito difícil pra mim e também pra menina que estava comigo, que é uma vítima", escreveu o rapaz no aplicativo.
O caso aconteceu na madrugada do dia 16 de janeiro e ganhou a internet no dia 30 do mesmo mês, quando uma enxurrada de hipóteses e versões desencontradas sobre o crime foram levantadas nas redes sociais.
Foi diante desse cenário que o jovem, então, resolveu se manifestar por considerar que "a situação ficou insustentável", segundo suas próprias palavras, confirmadas pelo advogado.
O jovem, que teve parte do intestino retirada e deixada na praia, segue no hospital. Segundo o advogado, ele tem apresentado boa recuperação. "Ele passou por cirurgia, passou pela UTI e atualmente está no quarto se recuperando muito bem, na medida do possível, porque foram muitos ferimentos, não só na barriga", disse.
Em entrevista à TV Gazeta, nesta terça-feira (1º), o advogado explicou que o rapaz e a jovem que estava com ele namoravam há mais de um ano. A pedido das famílias, a identidade dos jovens não será revelada.
"Eles têm um relacionamento há mais de um ano e ele estava para ir embora do Brasil para estudar línguas. Ela ainda está estudando no pré-vestibular. Eles foram fazer uma comemoração de despedida deles, porque iam ficar um tempo sem se ver, por isso foram para a praia", afirmou Lécio Machado.
Para o advogado do casal, não há dúvidas sobre o ataque. “Pelo nível de lesão, foram atacados sim. Os dois ficaram muito machucados e ela recebeu alta primeiro. Ele permanece internado, mas está se recuperando. Foram vítimas de mais de uma pessoa”, destacou.
O advogado também condenou as especulações que foram feitas na internet. "Nas redes sociais, além de ocorrerem várias histórias e várias especulações, que deixaram todos muito abalados, vazaram áudios, imagens e vídeos desde o momento da cirurgia dele, do atendimento, do tratamento policial. Isso foi muito grave", disse.
Em nota, as famílias dos jovens informaram que preferiram manter o ataque em sigilo para dar aos dois um tempo de recuperação.
Os autores do crime ainda são desconhecidos e a Polícia Civil segue investigando o caso. Detalhes da investigações não foram divulgados.
Imagens de videomonitoramento mostram o casal entrando no parque municipal Morro da Pescaria na noite do dia 15 por uma trilha nas pedras, já que a portaria do parque municipal estava fechada.
Por volta das 6 horas do dia seguinte, as câmeras registraram ele sendo socorrido em um veículo do Corpo de Bombeiros, junto com o Samu.
Ao advogado, a jovem relatou que não se lembra o que aconteceu e que só recobrou a consciência após o ataque. Ela diz que despertou com o barulho do celular dela, que estava na areia. “Era a mãe dela ligando, a quem pediu socorro. Ela também, quando viu a situação do namorado, foi até a guarita do parque e pediu ajuda. Eles acionaram o socorro”, explicou.
Nesta segunda-feira (31), porém, a jovem disse em depoimento à Polícia Civil que eles "apagaram" após usar droga, segundo seu advogado.
A Polícia Civil confirmou que a jovem e os pais dela prestaram depoimento no final da tarde desta segunda-feira (31). A moça informou ter feito uso de bebida alcoólica e do entorpecente e que não se recordava dos fatos ocorridos após o uso da droga. Aos policiais também foi relatado que os fatos aconteceram na praia e que ela pediu ajuda aos vigias do parque por volta das 2 horas.
Segundo Machado, o rapaz perdeu parte do intestino. “Foi encontrado pela polícia na areia da praia. Mas ele já está bem, está em um apartamento no hospital, se recuperando”, explicou.
Em relação à jovem, ele disse que ela está muito abalada. “Recebeu alta e tem ficado recolhida. Está com muita vergonha da situação”, disse.
“Já existe um inquérito apurando o que aconteceu. Eles foram atacados, mas não sabem por quantas pessoas, não se lembram", aponta o advogado.
A Polícia Civil investiga o caso de um jovem de 21 anos que foi socorrido com um corte profundo na barriga, com o intestino exposto, na madrugada do dia 16 de janeiro, na praia do Ermitão, em Guarapari.
Em nota, a PC confirmou que o caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari. Os nomes deles não foram divulgados.
Até o momento, segundo a nota da polícia, "não há como afirmar que a mulher esteja envolvida nos fatos". Foi informado ainda que "nenhum suspeito foi detido e que detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto", segundo a nota da Polícia Civil.
O rapaz foi socorrido de ambulância para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE) - antigo São Lucas -, em Vitória, onde deu entrada por volta das 7h30 do dia 16 de janeiro. Posteriormente, foi transferido para o Vitória Apart Hospital, onde segue internado.
Para A Gazeta, o hospital informou, em nota, que "o paciente em questão está internado no hospital desde o dia 16 de janeiro, depois de passar por atendimento prévio em outra unidade. Ele segue internado, mas o hospital não tem autorização para fornecer informações clínicas e de seu estado de saúde”.
“Considerando a grande repercussão social e o elevado número de especulações fantasiosas lamentavelmente divulgadas sobre o triste fato ocorrido com um jovem casal, no último dia 16 de janeiro de 2022, na Praia do Ermitão, no município de Guarapari-ES, as famílias envolvidas no caso resolveram em conjunto vir a público, através do seu advogado, Dr. Lécio Machado, sócio do escritório Silveira, Garcia & Machado Advocacia Especializada, para esclarecer que os seus filhos foram vítimas de uma ação criminosa e violenta praticada por terceiros ainda desconhecidos, durante um luau que realizavam à dois naquela data e localidade. Compreensivelmente, as famílias dos jovens, em comum acordo, preferiram manter, até o momento, os fatos sob sigilo, com o único objetivo de preservar a identidade das vítimas e garantir à elas um ambiente adequado para a necessária recomposição emocional e física, dado que inegavelmente sofreram demasiada violência física e psicológica ao serem vítimas do crime, agora tornado público. O casal tem recebido todo o atendimento médico-hospitalar necessário e encontra-se em pleno processo de recuperação. Confiamos nas investigações promovidas pela 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Guarapari e esperamos que os responsáveis pelo crime sejam encontrados e punidos."
Esse conteúdo foi atualizado com informações obtidas até 02 de fevereiro junto à Polícia Civil, ao advogado do casal e aos próprios envolvidos no caso.
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