Um borracheiro de 24 anos é investigado após várias transferências feitas por Pix serem identificadas na conta dele em um banco digital capixaba. Apesar da ação parecer normal, os valores transferidos eram retirados de cartões clonados, segundo a Polícia Civil. O jovem, que é morador de Domingos Martins, na Região Serrana do Espírito Santo, confessou o crime na quinta-feira (19), quando foi cumprido mandado de busca e apreensão contra ele.
O delegado Brenno Andrade, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), disse que o suspeito chegou a dar um prejuízo de R$ 50 mil à instituição financeira, que não teve o nome divulgado. Porém, outras pessoas também estão sendo investigadas pelo mesmo crime e o prejuízo total chega a R$ 300 mil, somente no Estado. As identidades dos envolvidos não foram divulgadas.
Ainda conforme o delegado, além da ex-namorada e do amigo do borracheiro, outros dois conhecidos receberam dinheiro enviado por ele dos cartões clonados. Todos estão sendo investigados e tiveram os aparelhos eletrônicos apreendidos. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Vitória e em Domingos Martins.
“Ela (ex-namorada do borracheiro) falou que apenas emprestou a conta, não sabia que era para fins criminosos e também não perguntou para ele de onde ele estava recebendo esse valor. Um amigo dele também foi ouvido, falou que emprestou a conta, disse que também não fez questionamentos sobre para que fim seria o recebimento daquele valor”, explicou o Brenno Andrade.
Todo o furto acabou sendo descoberto após a instituição perceber uma movimentação financeira suspeita na conta de alguns clientes. Ao pesquisarem na dark web – mercado on-line oculto para produtos e serviços ilegais –, descobriram o nome da empresa em fóruns de discussão.
Nas páginas, era explicado como participar do processo. Tudo se iniciava com dados de terceiros. Entenda o passo a passo:
“Várias pessoas de vários estados do país usaram de forma indevida cartões de pedidos clonados numa data X, que foi um dia que aconteceu uma vulnerabilidade da empresa”, informou o delegado.
Apesar da confissão, o investigado disse à Polícia Civil que agiu impelido por outra pessoa. "Outra pessoa que solicitava no momento das transferências que fosse espelhada a tela do celular dele. Após espelhar para esse suposto criminoso, eram feitas transferências de acordo com o estipulado", explicou o delegado.
Agora, as investigações seguem para identificar se realmente existe alguém por trás dos acontecimentos ou se é um álibi usado pelo borracheiro.
O delegado frisou ainda a necessidade de estar atento ao emprestar contas bancárias. Isso porque, ao receber uma quantia de dinheiro sem saber a procedência, a pessoa pode acabar se envolvendo em crimes.
"Eu acho que disso tudo que a gente falar do caso também vale a pena a gente falar para as pessoas tomar cuidado ao emprestar contas bancárias para receber qualquer valor, mesmo de pessoas próximas, porque você não sabe a origem desse dinheiro", disse Brenno Andrade.
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