A caixa de supermercado Nauzeti Honorino Manuel, de 46 anos, foi morta durante uma tentativa de execução ao segurança do estabelecimento. O crime aconteceu no dia 15 de janeiro e três envolvidos foram presos pela Polícia Civil: Rogério Silva Carvalho, de 22 anos, Mateus Vítor Rodrigues de Paula, de 25 anos e Diógenes Souza da Silva, de 42 anos. Segundo a polícia, a motivação para o assassinato seria a participação do segurança no homicídio no cunhado de um dos presos, o que ainda não foi confirmado pelas investigações.
A Polícia Civil divulgou que um dos criminosos ainda está foragido: Fábio Silva Barros, de 42 anos. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Rodrigo Sandi Mori, o fato do segurança - que não teve o nome revelado - ser o alvo dos disparos foi uma retaliação ao homicídio de David Ribeiro Guimarães, que aconteceu em 18 de dezembro de 2021, em Nova Carapina II, mesmo bairro do supermercado onde Nauzeti foi morta, na Serra. Ele reforçou que o crime não tratou-se de um assalto, mas sim de uma tentativa execução.
"O David era cunhado de um dos executores e, segundo depoimentos prestados, inclusive a confissão de dois dos três que foram presos, o segurança teria tido uma participação no homicídio. Fato que ainda não foi comprovado na investigação que apura o homicídio do David. Nós não descartamos essa motivação, essa possível participação do segurança, porém ainda não conseguimos comprovar de fato", disse.
De acordo com Sandi Mori, Nauzeti tinha problemas auditivos e, por isso, não conseguiu escutar os disparos no momento em que o tiroteio começou. Ela estava na parte de trás do supermercado e acabou sendo atingida por dois tiros, sendo um deles, fatal.
"No dia do crime, poucos minutos antes, ela teria ido aos fundos do supermercado. Por ter problemas de audição, fato que a impossibilitou de ouvir com precisão os disparos de arma de fogo que estavam acontecendo dentro do supermercado, ela acabou sendo alvejada. Um atingiu o braço esquerdo dela e o outro a axila esquerda, que perfurou o pulmão", argumentou o delegado.
Sandi Mori explicou que os criminosos chegaram ao supermercado a bordo de um carro Cherry, de cor prata, que pertencia ao Diógenes e que era dirigido por ele. Assim que viram o segurança encostado na parede do supermercado, já começaram a atirar, ainda de dentro do veículo.
"Nesse primeiro momento, o segurança foi alvejado por um disparo no abdômen e, mesmo alvejado, ele conseguiu correr para o interior do supermercado, sendo perseguido pelos dois executores, que continuaram a efetuar disparos de arma de fogo. Um desses disparos atingiu novamente o segurança, dessa vez nas costas. Mesmo alvejado com dois disparos ele conseguiu entrar em uma porta que fica nos fundos do supermercado, que dá acesso ao depósito do estabelecimento. Ao fechar a porta, o Mateus se aproximou e efetuou dois disparos que atravessaram a porta e atingiram a Nauzeti, que estava atrás da porta", narrou o delegado.
Os criminosos seguiram procurando pelo segurança dentro do supermercado, mas ele conseguiu se esconder embaixo de caixas de papelão. O grupo então saiu do supermercado e foi até a rua de trás do estabelecimento, pensando que o homem poderia ter pulado o muro e fugido.
"Como também eles não conseguiram localizar o segurança nos fundos do supermercado, eles retornaram para a frente e começaram a abordar outras várias pessoas com a arma na cara, perguntando pelo segurança. Inclusive, nesse momento, eles chegaram a abordar um familiar da Nauzeti, que implorou pela sua vida e para eles deixarem eles socorrerem a Nauzeti até o hospital", acrescentou o delegado.
Depois disso, Sandi Mori contou que os criminosos entraram no carro e, já com o veículo em movimento, atiraram novamente várias vezes na direção do supermercado.
Como divulgado pela Polícia Civil, as prisões aconteceram em três operações diferentes. A primeira delas foi no dia 18 de janeiro, quando Rogério foi preso em um beco na rua Ipanema, que fica em frente ao supermercado. Ele foi o responsável por fornecer uma das armas utilizadas no crime, inclusive, da qual saíram os tiros que atingiram Nauzeti.
Em seguida, no dia 21 de janeiro, foi cumprido um mandado de prisão contra Diógenes, que dirigia e era proprietário do carro utilizado para a fuga dos criminosos. O veículo foi apreendido.
Por último, no dia 8 de fevereiro, Mateus foi preso em uma operação no bairro Serra Dourada I, também na Serra. Ele foi quem disparou os tiros que acertaram Nauzeti. Um vídeo da prisão de Mateus foi divulgado pela polícia. Assista abaixo:
"O Mateus e o Fábio atiraram, mas quem atirou dentro do supermercado e atingiu a Nauzeti foi o Mateus. Inclusive, ele confessa, com riqueza de detalhes, sua participação no crime juntamente com o Diógenes, que também confessou sua participação", disse Sandi Mori.
Segundo o delegado, os quatro criminosos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe, com perigo comum - por terem colocado a vida de muitas outras pessoas em risco - e impossibilitando a defesa da vítima. Além disso, responderão por tentativa de homicídio, também por motivo torpe, com risco comum e impossibilidade de defesa.
"O Fábio e o Mateus foram também indiciados por disparo de arma de fogo. Antes deles fugirem, atiram contra o supermercado, atingindo as paredes do estabelecimento, por isso também responderão por esse crime", acrescentou Sandi Mori.
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