Uma capixaba foi morta a facadas pelo marido dentro de casa, na França, na noite de quinta-feira (24). Juliana de Oliveira Salomão, de 41 anos, era de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, e vivia na Europa havia cerca de seis anos. O crime aconteceu na frente dos dois filhos adolescentes do casal, e um dos meninos chegou a se ferir tentando impedir o assassinato. Após esfaquear a mulher, o suspeito, Marcelo Salomão, de 44 anos, tirou a própria vida.
A irmã de Juliana, Danielle de Oliveira Pigatti, contou que a vítima havia deixado o Brasil para tentar uma vida melhor. Segundo ela, a capixaba sofreu agressões no passado e tentou se separar de Marcelo. Há cerca de três meses, a mulher decidiu que não queria mais o relacionamento e o casal estava em processo de divórcio, vivendo em casas diferentes. Ela tinha medida protetiva contra o companheiro devido ao histórico de violência.
Segundo Danielle, Marcelo disse para a irmã dela que faria de tudo para que eles retomassem o relacionamento e ela falou que aceitaria somente se ele fizesse terapia. O casal chegou a reatar e o homem disse que não faria a terapia, o que fez a mulher a decidir que não queria mais a relação.
A família de Juliana soube da notícia por amigos e parentes que moram na França, depois a polícia francesa comunicou oficialmente por telefone. “Jornais locais começaram a noticiar, mas o comunicado oficial veio hoje (25). A polícia nos ligou para informar, bastante formal, comunicando a morte, mas sem dar maiores detalhes”, contou Danielle.
O Ministério Público de Meaux (França) divulgou que o filho mais velho de Juliana, um adolescente de 17 anos, tentou defender a mãe, mas não conseguiu e acabou com um ferimento no corpo. Conforme Danielle, não há mais informações sobre o estado de saúde dele, mas não seria um quadro grave. Segundo o órgão, os dois filhos adolescentes do casal foram hospitalizados, e dependendo dos recursos familiares disponíveis, será emitida uma ordem provisória de colocação para transferi-los para o Bem-Estar da Criança na região.
A reportagem da TV Gazeta Noroeste procurou o Itamaraty, que informou, em nota, que o Consulado-Geral do Brasil em Paris acompanha o caso junto às autoridades francesas, nos limites permitidos pela legislação local e pelos tratados internacionais assinados por Brasil e França. "O consulado-geral está à disposição dos familiares, a quem caberá, eventualmente, fornecer publicamente detalhes sobre o caso, para prestar-lhes o apoio cabível”, finalizou.
Segundo Danielle, a família está muito abalada e vai se reunir para conversar sobre qual decisão tomar em relação ao traslado do corpo da França para o Brasil.
A família de Marcelo divulgou uma nota lamentando o caso e confirmando a morte do homem, que sofria de depressão. Foi informado que há a intenção de doar os órgãos. "[...]Ele estava passando por um momento de grande luta contra a depressão, uma doença cruel que pode mudar a perspectiva de qualquer pessoa. [...] Neste momento de dor e confusão, pedimos compreensão e empatia. [...] Após a confirmação de que o Marcelo também veio a óbito, os familiares autorizaram a doação dos seus órgãos para aqueles que precisam".
*Com informações de Enzo Teixeira, repórter da TV Gazeta Noroeste
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