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Capixaba ofereceu ajuda em 'vaquinha' em troca de execução de grávida no RJ

Capixaba ofereceu ajuda em 'vaquinha' em troca de execução de grávida no RJ

Letycia Peixoto Fonseca estava no oitavo mês de gestação quando morta a tiros em Campos, no dia 2 de março; Diogo Viola de Nadai está preso acusado de ser mandante do crime

Publicado em 3 de abril de 2023 às 16:04

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Diogo Viola de Nadai ao lado da grávida Letycia Peixoto Fonseca; a gestante foi morta a tiros na última quinta-feira, em Campos
Diogo Viola de Nadai ao lado da grávida Letycia Peixoto Fonseca; a gestante foi morta a tiros na última quinta-feira, em Campos. (Reprodução)

A Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira (3) o inquérito que indicia o professor Diogo Viola de Nadai, de 37 anos, preso desde 10 de março, suspeito de ser mandante da morte da companheira, a engenheira Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal desde 2015. A vítima estava grávida e esperava um filho do capixaba. A informação é do jornal Extra

Segundo a delegada Natália Patrão da 34ª DP (Campos Dos Goytacazes), a motivação do crime foi a gravidez de Letycia. Diogo era casado, temia o fim do casamento e o constrangimento da família, caso a infidelidade fosse descoberta.

Segundo o Extra, quatro pessoas foram indiciadas pelo crime. Diogo Viola, Dayson dos Santos Nascimento, que efetuou os disparos, e Gabriel Machado Leite, que conduziu a moto roubada no dia do crime, vão responder por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, sem chance de defesa, mediante paga e feminicídio com aumento de pena pelo fato da vítima estar gestante.

João Gabriel, melhor amigo de Diogo e com quem teria articulado o crime, está sob prisão domiciliar por ter três filhos menores. A arma e a moto utilizada no homicídio não foram localizadas.

De acordo com informações do Extra, as investigações apontaram que Diogo teria planejado matar a amante na semana do carnaval por não aceitar a gravidez e arquitetou um plano com a ajuda de amigos. Para a investigação, a existência das duas relações amorosas foi crucial para o crime.

A delegada pontua ainda que o professor tinha depressão e estava insatisfeito com os dois relacionamentos. Na semana da execução, ele teria feito pesquisas pelo celular com os termos "tristeza que não tem fim" e "vontade de se matar".

"Ele tem vários dias de pensamento e reflexão. Diogo sabia que iria perder a liberdade. Os amigos e pessoas próximas ao professor relatam que ele era um cara muito conservador e de família religiosa. A notícia da gravidez de Letycia fez ele perceber que poderia perder o casamento com a Érika. Ele também temia envergonhar a família, não temos dúvida da motivação do crime", afirmou a delegada.

'Vaquinha' em troca do assassinato

Durante a coletiva na manhã desta segunda-feira, a delegada Natália Padrão detalhou o comportamento "frio e calculista" do professor em relação a Letycia.

Segundo a polícia, João Gabriel, um dos participantes do crime, relatou em depoimento que Diogo — com quem ele tem uma relação de amizade desde a infância— teria o procurado na semana do carnaval para pedir ajuda. Naquela época, João Gabriel, pai de três crianças portadora de necessidades especiais, tinha aberto uma 'vaquinha' online visando arrecadar dinheiro para o tratamento.

Durante as trocas de conversa, Diogo afirmou que ajudaria o amigo com a quantia necessária, mas que em troca ele teria que "matar uma mulher".

"O Gabriel narra que o Diogo procurou ele no carnaval. Eles chegam a combinar tudo. Diogo mandou uma foto do crachá de Letycia com um retrato 3x4. No dia do crime, Diogo liga para a Letycia às 10h59 para saber onde ela estava. Em seguida ele avisa Gabriel por WhatsApp que liga para o Daysson às 11h52. Diogo é conduzido para a delegacia porque os policiais que atenderam a ocorrência estranharam a postura dele. A esposa e o filho estavam na UTI e ele não apresentava nenhuma reação de tristeza ou desespero, estava calmo e tranquilo. Na delegacia, o celular dele foi apreendido. Identificamos que ele trocou mensagens em tom de brincadeira, como se não estivesse preocupado com o que tinha acontecido com a Letycia", detalhou a delegada.

Dívidas

Segundo o Extra, a polícia apurou que Diogo Viola teria se afundado em dívidas em função das apostas que fazia com jogos de pôquer. Erika, primeira esposa, afirmou em depoimento que teria emprestado R$ 30 mil para quitar parte dos valores. No entanto, a quantia pode ter sido usada para financiar a execução do crime. A investigação apontou ainda que Erika e Letycia não se conheciam. Ambas mantinham um relacionamento simultâneo com o professor desde 2015.

Já o melhor amigo, Gabriel, confessou que Daysson recebeu R$ 5 mil reais de recompensa pela participação, pagos pelo professor. Hugo, fruto do relacionamento de Diogo com Letycia, nasceu com 8 meses e não resistiu. Segundo a polícia, o professor se recusou a fazer exame DNA, mas afirmou ser pai da criança. Mesmo assim não o registrou.

Com informações do jornal Extra.

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