Ao retornarem para o Brasil, os capixabas Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva, suspeitos do assassinato de uma brasileira nos Estados Unidos (EUA), ameaçaram seus familiares. O objetivo era obter dinheiro para, possivelmente, continuarem fugindo. Em uma das situações chegaram a alertar que dariam aos avós o mesmo destino de Ana Paula Feitosa dos Santos Braga, mais conhecida como Ana Paula Braga, de 24 anos, assassinada no final de janeiro.
O crime aconteceu no apartamento de Ana, na cidade de Los Angeles, na Califórnia. A data provável é o dia 30 de janeiro deste ano. Thiago e Wenderson, segundo apontam as investigações, teriam estrangulado a vítima com fio de um equipamento elétrico. Depois, envolveram o corpo da jovem em um edredom e o descartaram em um contêiner de lixo, em uma localidade há duas horas de distância do local do crime.
Os dois acusados chegaram a gravar vídeos mostrando os detalhes do crime. Na imagem, um dos suspeitos mostra um embrulho com edredom e afirma: "Já está embrulhado", ao se referir ao corpo da vítima. As imagens foram confirmadas pela polícia americana como sendo da cena do crime.
Thiago e Wenderson foram presos no último sábado (22) em Cariacica, em uma operação envolvendo as polícias Federal, Militar e Civil. O juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, ao conceder os mandados de prisão, relata que os suspeitos, ao fugirem para o Brasil, foram para o interior do Espírito Santo. Uma das cidades onde se refugiaram foi Pancas. Segundo o mandado, é o local em que residem os avós paternos de Thiago. "Os quais foram ameaçados por ele (Thiago) no intuito de obter vantagem econômica", diz o juiz.
Há ainda informações de que Thiago também enviou um vídeo da cena do crime para intimidar seu pai, ameaçando seus avós, "de serem assassinados da mesma forma que a vítima Ana Paula", é relatado na decisão judicial. Os suspeitos também enviaram arquivos de áudio descrevendo o crime para um primo e o irmão mais novo de Thiago, cenas que a polícia da cidade de Los Angeles confirmou que a cena do crime é exatamente como demonstrado no vídeo, tendo sido encontrado vestígios de sangue no apartamento da vítima Ana Paula.
Foi com base também nestas ameaças que o juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória decidiu mandar prendê-los, assinalando a preocupação com "ameaça concreta a pessoas em território brasileiro". A prisão também ocorre para impedir que os suspeitos fujam novamente, já que depois de terem cometido o crime, de acordo com a polícia, os suspeitos teriam percorridos três países (Estados Unidos, México e Brasil), além de cidades no interior do Espírito Santo.
Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior Dalbem Silva foram presos em uma residência onde estavam, em Cariacica, no sábado (22). Segundo a decisão da Justiça Estadual, ambos ficarão presos temporariamente por 30 dias com base nos artigos 240 e 242, do Código de Processo Penal. Eles não devem ser extraditados por serem brasileiros.
De acordo com o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, em entrevista à TV Gazeta, os dois confessaram o crime para a polícia capixaba. Ainda segundo ele, houve uma ação integrada entre a Polícia Americana, que ainda continua investigando o crime. No Brasil também atuou a Polícia Federal em parceria com o Grupo Integrado de Operação de Segurança Pública (Giosp), que integra todas as inteligências das agências de segurança do Estado.
Desta forma, assim que foi alertado sobre a presença dos suspeitos no Espírito Santo, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) abriu o inquérito sobre o caso que foi encaminhado para a 1ª Vara Criminal de Vitória, que decretou a prisão preventiva dos suspeitos. A Polícia Federal (PF) e o 7º Batalhão da Polícia Miliar de Cariacica estavam de campana observando os suspeitos. Quando tiveram a informação da expedição do mandado, entraram em ação. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também participou da ação, onde os suspeitos prestaram depoimento.
No final da noite Thiago e Wenderson foram levados para o sistema penitenciário do Estado. Segundo informação da Secretaria de Justiça (Sejus), responsável pela administração dos presídios, os dois teriam sido levados para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
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