Um casal de empresários de Vila Velha e um advogado de São Paulo estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) por crime de lavagem de dinheiro. O trio é alvo da Operação Masqué, realizada na manhã desta terça-feira (20) pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal.
De acordo com a polícia, o casal é sócio de empresas que atuavam no comércio exterior. A Justiça Federal determinou o sequestro de imóveis, embarcações e valores, além da indisponibilidade de automóveis dos investigados.
Segundo dados da Receita Federal do Brasil, as pessoas físicas e jurídicas investigadas possuem um débito já inscrito em dívida ativa no valor de R$ 894 milhões.
A operação contou com a participação de 22 policiais federais e membros da Receita Federal, que cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados, em Vila Velha, e em São Paulo.
ENTENDA O CASO
A operação policial é um desdobramento de investigação que identificou a prática de evasão de divisas entre os anos de 2009 e 2010, num total de cerca de U$ 100 milhões em 1178 contratos de câmbio fraudulentos. Com a participação de funcionários de uma corretora de câmbio, o grupo então investigado promovia a saída de divisas para o exterior repetindo as mesmas declarações de importação e faturas em vários contratos de câmbios diferentes.
Usando uma mesma declaração de importação em vários contratos de câmbio, os investigados simulavam diversas importações usando a documentação referente a apenas uma operação regular. Os pagamentos repetidos serviam, na verdade, para mandar dinheiro ilegalmente para fora do país.
Com o objetivo de investigar a ocultação e lavagem dos valores obtidos com as atividades ilegais dos investigados, a Operação Masqué possibilitou a identificação de 76 imóveis e 2 embarcações registradas em nomes de "laranjas". De acordo com a PF, o patrimônio oculto supera os R$ 40 milhões.
Além do casal de empresários, também é investigado um advogado que atua em São Paulo. As investigações apontam que o advogado foi contratado para oferecer uma espécie de "proteção" contra a atuação de órgãos como a Receita Federal e a Polícia Federal. Ele já foi preso em 2017 em ação do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do estado de São Paulo.
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