Sete dias após perder de forma trágica a filha de apenas 3 anos, Amanda Guedes da Silva, mãe de Alice, conversou com a equipe de A Gazeta. Ela participou, na manhã deste domingo (16), de um ato por justiça pela morte da filha e por paz no bairro Dom João Batista, em Vila Velha, onde a criança foi morta após ser atingida por duas balas perdidas no quintal de casa.
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Visivelmente abalada, a vendedora, de 23 anos, contou que só está conseguindo passar os dias sob efeito de remédio. E continuou a falar da filha. "Alice era perfeita, nunca dava trabalho, tranquila. Encantava todo mundo. Todos a amavam. Ela era vaidosa, adorava brincar de casinha, de maquiagem, de comidinha".
Amanda diz ter sido sempre superprotetora e temia que algo acontecesse com Alice. As duas eram muito apegadas. Ela havia acabado de dar banho na filha, que pediu para ir brincar no quintal. Momentos depois, Amanda ouviu os tiros e desceu correndo.
Durante o ato realizado neste domingo, o grupo caminhou pelas ruas do bairro Aribiri, vizinho ao Dom João Batista, para onde seguiram. Com faixas e camisetas personalizadas com o rosto de Alice, eles pediam por justiça e paz. Durante a manifestação foram realizadas muitas orações e entoados hinos de louvor.
O pai de Alice também participou do ato, mas não quis dar entrevista. O casal deixou a casa onde ocorreu o crime e está ficando da residência de familiares.
"Minha boneca". Era assim que a mãe costumava se referir à pequena Alice da Silva Almeida, de 3 anos. A menina, morta a tiros dentro de casa, na noite do dia 9 de fevereiro, no bairro Dom João Batista, em Vila Velha, tinha começado a estudar na semana anterior. No dia 6 de fevereiro, após o primeiro dia de aula da menina, a mãe escreveu um texto emocionado na rede social. A postagem é uma declaração de amor à filha.
"Quando eu era criança, brincava com as minhas bonecas e dizia que elas eram minhas filhas, sem saber que anos depois eu teria a minha bonequinha de verdade, que seria mil vezes mais linda do que meus brinquedos", diz a mãe, no começo da postagem.
O texto segue com a mãe revelando como é difícil deixar a menina voar, referindo-se ao início da vida escolar da pequena. "Eu sei que eu preciso amadurecer a ideia que a gente cria os filhos, e depois eles voam como passarinhos... Mas sei lá, é tão difícil".
Na sequência, a mãe agradece a Deus pela menina, afirma que não quer que Alice "cresça distante" e termina confessando que a filha será eternamente o seu bebê.
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