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Caso Amaro Neto: Justiça nega liberdade a casal acusado de extorsão

Caso Amaro Neto: Justiça nega liberdade a casal acusado de extorsão

No documento, o juiz explica que, mesmo que o casal não tenha conseguido obter o dinheiro em mãos, a extorsão se consumou, e reforçou que a prisão foi feita em flagrante

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 18:59

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O deputado Amaro Neto. (Reinaldo Carvalho | Ales | Arquivo)

A Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do policial militar Fernando Marcos Ferreira e da esposa, Keila Bonde, acusados de tentar extorquir R$ 500 mil do deputado estadual e deputado federal eleito Amaro Neto. Na decisão, o juiz explica que, mesmo que o casal não tenha conseguido obter o dinheiro em mãos, a extorsão se consumou. Os dois estão presos desde o dia 30 de novembro.

"Revendo as provas que acompanham a impetração, pode-se verificar que, em tese, a extorsão teria se consumado, independentemente do pagamento dos valores exigidos, em momento anterior, quando os pacientes supostamente teriam iniciado uma negociação da quantia a ser paga em troca de não divulgarem material de caráter íntimo", diz parte do documento, que foi divulgado na quarta-feira (12).

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Na decisão, também é reforçado que a prisão foi em flagrante. "Na ocasião, passados alguns minutos, os policiais entraram na residência e, com base em mensagens eletrônicas existentes no celular do assessor da vítima, teriam feito a condução dos coactos e lavrado o auto de prisão em flagrante, a qual fora convertida em preventiva em audiência de custódia ocorrida no dia 2 de dezembro seguinte", relata o juiz.

O CASO

Fernando foi detido, na tarde do dia 30 de novembro, em Cariacica, acusado de tentar extorquir R$ 500 mil do deputado. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, ao qual a reportagem teve acesso, o acusado teria exigido dinheiro para não tornar público um suposto vídeo íntimo entre o deputado e a esposa do militar.

Consta na ocorrência que, às 11h45, o delegado titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos, Brenno Andrade de Souza, determinou que quatro policiais fossem até Campo Grande com a finalidade de apurar um suposto crime de extorsão contra o parlamentar.

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Segundo a ocorrência, a extorsão teria sido motivada em virtude de um relacionamento do deputado com a mulher do policial. Durante um dos encontros entre ambos, teria sido feito um vídeo íntimo com o parlamentar.

Ainda segundo a polícia, a mulher fez contato com deputado, por meio do WhatsApp, informando que o marido teria descoberto o caso amoroso entre ambos, pedindo, por esse motivo, uma quantia em dinheiro para que a situação não se tornasse pública. Na manhã de sexta-feira, a diligência policial, acompanhada de um assessor de Amaro, foi até à casa da mulher.

FLAGRANTE

Ainda segundo a ocorrência, o assessor ficou por cerca de 25 minutos dentro da casa, enquanto os policiais ficaram do lado de fora da residência esperando a chamada dele. No entanto, o assessor relatou aos policiais, ao sair da casa, que não conseguiu fazer o contato porque o militar teria pegado seu aparelho celular.

O assessor relatou ainda que, enquanto estava na casa da mulher, o marido dela, com uma arma na cintura, fez contato com o parlamentar pedindo R$ 500 mil para apagar todos os arquivos envolvendo o parlamentar. Esse relato também consta no registro da PM.

Diante dos fatos, os policiais foram até a casa do militar para dar voz de prisão ao acusado. Antes disso, eles fizeram contato com a Polícia Militar, já que a ocorrência envolvia um integrante da corporação. A Corregedoria também foi acionada.

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Ao chegaram à casa do acusado, junto com a PM, os policiais chamaram pelo cabo, que não respondeu. Como a porta não era aberta, os policiais ameaçaram arrombá-la.

Nesse momento, o cabo abriu a porta e teria dito: “Até sei sobre o que é”. O acusado e a mulher dele foram levados para a Divisão de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio, em Maruípe, Vitória.

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O deputado Amaro Neto também foi à delegacia para prestar depoimento. Ele ficou durante toda a tarde no local, saindo por volta das 19 horas. Ao sair, o parlamentar preferiu não fazer comentários.

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