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Caso barriga aberta: veja fotos das lesões apresentadas pela namorada

Caso barriga aberta: veja fotos das lesões apresentadas pela namorada

As imagens mostram cortes e lesões nas pernas e braços e um traumatismo na cabeça. É o que aponta documento apresentado pela jovem ao Departamento Médico Legal (DML), quando foi fazer o exame de lesões corporais

Publicado em 27 de abril de 2022 às 20:04

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Caso barriga aberta: Lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira, 20 anos, namorada do rapaz que teve abdômen aberto e intestino exposto em Guarapari
Lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira na mão. (Imagens obtidas em processo penal)

As lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira, 20 anos, namorada do jovem de 21 anos que foi socorrido na Praia do Ermitão, em Guarapari, com o abdômen ferido e parte do intestino exposto, vão de cortes nos braços e pernas até um traumatismo moderado na cabeça. São estes ferimentos, denominados de "lesões de ataque", que a Polícia Civil aponta como uma das provas de que ela causou os ferimentos ao namorado no dia 16 de janeiro deste ano.

Caso barriga aberta - Veja fotos das lesões apresentadas pela namorada

As informações sobre as lesões constam em laudo por ela apresentado, em atendimento realizado no Hospital de Anchieta, logo após o namorado ter sido socorrido na Praia do Ermitão. O documento, a que A Gazeta teve acesso, faz parte do processo contra a jovem, que se tornou ré em ação penal como autora das lesões corporais graves praticadas contra o namorado. Pelo crime, caso seja condenada, a pena é de reclusão de 2 a 8 anos.

O documento foi apresentado pela jovem ao Departamento Médico Legal (DML), quando foi fazer o exame de lesões corporais, foi relativo ao atendimento que obteve no Hospital de Anchieta. No documento é informado:

“Sofreu agressão na praia de Guarapari após abuso de drogas, LSD e álcool. TCE (Traumatismo crânio-encefálico) moderado em região glabelar, FCC (fratura) em dedo da mão direita e perna E”.

O atendimento foi realizado no dia 16 de janeiro deste ano. No dia seguinte ela realizou uma tomografia de crânio, que aponta: “Leve aumento de tecidos subcutâneo de região frontal”. As informações constam no laudo de lesões corporais do DML.

Caso barriga aberta: Lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira, 20 anos, namorada do rapaz que teve abdômen aberto e intestino exposto em Guarapari
Lesão apresentada por Lívia Lima Simões Paiva Pereira na cabeça. (Imagens obtidas em processo penal)

O QUE DIZ A JOVEM SOBRE AS LESÕES

Em seu depoimento para a polícia, Lívia disse que o namorado era muito mais forte do que ela e que não era “plausível que ela pudesse agredi-lo (namorado) de tal forma”.

Sobre as lesões que apresenta nas mãos, consideradas pela polícia como sendo de ataque, ela faz referência a informações recebidas pelo médico que a atendeu no Hospital de Anchieta. “Que as lesões eram concentradas no lado direito do seu rosto, de modo que deveriam ser causadas por uma pessoa canhota e, que as lesões que foram causadas no namorado, foram golpes aplicados com muita força, e que ela (Lívia) não teria força suficiente para causá-las”.

Lívia também confirmou que ela e o namorado, no dia dos fatos, tomaram cerca de duas taças de vinho, que correspondiam a menos da metade da garrafa. Confirma que ficaram na areia, conversaram, tomaram banho de mar, fizeram sexo e depois fizeram uso da droga. A partir daí, relata não se lembrar do que aconteceu.

Diz que só retomou a consciência algum tempo depois, “quando ainda estava escuro”, e percebeu que o namorado reclamava de frio. Foi então que ela percebeu que ele estava com a barriga machucada e que ela tinha lesões nas mãos, testa, lábio, braços e pernas.

Tanto Lívia quanto o namorado afirmam que havia uma terceira pessoa no parque que seria a responsável pelo ataque aos jovens. O namorado, em seu depoimento à polícia, também afirma não acreditar que a jovem tenha lhe causado os ferimentos.

Caso barriga aberta: Lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira, 20 anos, namorada do rapaz que teve abdômen aberto e intestino exposto em Guarapari
Lesões apresentadas por Lívia Lima Simões Paiva Pereira nas pernas. (Imagens obtidas em processo penal)

POLÍCIA APONTA QUE LESÕES FORAM DE ATAQUE

Para o delegado de Guarapari, Franco Malini, que investigou o caso e concluiu pelo indiciamento de Lívia, não há dúvidas de que ela causou lesões corporais graves no namorado. Uma das provas, avalia ele, são as lesões que ela apresentou nas mãos, consideradas de ataque. “Ela cortou a mão ao fazer os ferimentos no jovem. Temos convicção de que as lesões foram de ataque”, explicou.

Ele explicou ainda que os cortes feitos na barriga do rapaz foram “grotescos”. “Não foi um corte cirúgico”. Explicou também que a arma do crime não foi encontrada. Uma das suspeitas é de que possa ter sido utilizado o vidro da garrafa de vinho que levaram.

Também foi levado em consideração pelo delegado para o indiciamento as imagens do Parque Morro da Pescaria, em Guarapari. “Elas mostram que apenas o casal estava no local naquela madrugada. Ninguém entrou ou saiu do parque”, disse.

Há ainda o depoimento da mãe de Lívia, que disse à polícia que ficou por cerca de 50 minutos com a filha ao telefone, e que durante este tempo só ouviu a voz de Lívia e a do namorado.

No relatório final de conclusão da investigação, o delegado Malini aponta que o casal relatou ter ingerido drogas e “experimentado um estado psíquico alterado, com alucinações típicas do uso de LSD”. Informa ainda que, pelas provas colhidas, que os jovens acordaram por volta das 2h, com uma ligação da mãe da Lívia. A jovem teria ido até a portaria do parque pedir ajuda e que o socorro chegou por volta das 5h20.

É relatado que buscou-se ouvir todas as pessoas que tiveram contato com os jovens e conclui que, no momento em que os fatos ocorreram, estavam no local apenas o casal de namorados. “Não há informações de que outras pessoas tenham ido ao local”, relata o texto.

ALUCINAÇÕES, MEDO E DESESPERO

Em seu depoimento, o jovem de 21 anos que foi ferido relata que entraram no Parque Morro da Pescaria pelas pedras e que no caminho encontraram com quatro pescadores. Diz ainda que tomaram vinho, cerca de duas taças cada um, ficaram ouvindo música, fizeram sexo e mergulharam.

Depois de um tempo retornaram para a areia, se secaram, ficaram conversando e utilizaram um “quadradinho” de LSD (droga sintética). Cinco minutos depois, segundo o relato do jovem, Lívia começou a ter alucinações visuais, primeiro, “vendo alguma coisa no céu, que o céu estava se mexendo”. Na sequência ele também começou a sentir os mesmos efeitos.

Eles permaneceram na areia por cerca de 20 minutos, conversando e tendo alucinações. A partir deste momento o jovem relata que as informações são confusas mas que se recorda de estar sentindo muito medo. “Estava correndo muito, apavorado e correndo de alguma coisa”, disse o jovem.

Praia do Ermitão. Local onde rapaz encontrado com barriga aberta em  Guarapari
Praia do Ermitão. Local onde rapaz encontrado com barriga aberta em Guarapari. (Arquivo pessoal e Google Earth)

Declarou ainda em seu depoimento se recordar de “uma sensação de pavor de alguma coisa que o chocou muito e que começou a correr”, sem conseguir explicar o que era. Informou ainda que se recordava de, neste momento, “ter sido atingido por alguma coisa”, “que recebeu uma pancada e que foi atingido várias vezes na barriga”.

Os momentos de pavor, segundo o jovem, ocorreram quando eles decidiram andar pelas pedras e pela trilha. “Que foi quando estava sentido muito pavor o momento que se recorda de ter sido lesionado na cabeça”, diz o texto do depoimento.

Para a Polícia Civil, o jovem relatou que “não havia outras pessoas na praia junto com eles”. Afirmou ainda que acredita que Lívia se feriu ao tentar defendê-lo de alguma agressão praticada por uma terceira pessoa, pois estavam sob efeito da droga e em total vulnerabilidade no local. O jovem afirmou ainda que ele e Lívia continuam juntos e que ela o visita periodicamente.

ADVOGADO DE CASAL VAI AVALIAR INFORMAÇÕES DE COLETIVA DA PC

O advogado Lecio Machado, que representa o casal de namorados, informou que não se manifesta sobre as informações prestadas em coletiva pela Polícia Civil. “Assim como o inquérito policial é dispensável, a minha manifestação sobre o que foi dito na coletiva também é. Não vou refutar as manifestações da Polícia Civil, que está mais interessada em aparecer do que apurar os fatos”, disse.

O advogado também declarou que vai analisar as informações prestadas na coletiva para verificar se houve exposição da imagem de seus clientes. “Quero analisar o que foi dito, verificar se houve exposição da imagem dos meus clientes e, caso isto tenha ocorrido, vamos adotar as medidas cabíveis”, assinalou. 

Lecio Machado informou ainda que recorrerá à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) contra as críticas feitas por Arruda. "É um ataque do chefe de polícia contra as prerrogativas de advogado", disse.

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