A Justiça decidiu converter a prisão em flagrante do gerente do Jockey Clube do Espírito Santo em preventiva. Milton Candido da Silva Filho foi detido com um carregador de pistola e munições nesta quarta-feira (28), durante buscas em um imóvel no bairro Jockey de Itaparica, em Vila Velha. A operação, que contou até com retroescavadeira, foi parte das investigações da Polícia Civil a respeito do desaparecimento do perito aposentado Celso Marvila Lima, de 64 anos.
A decisão da juíza Raquel de Almeida Valinho saiu na manhã desta quinta-feira (29), durante a audiência de custódia de Milton. Além do suspeito estar com o carregador e munições e ter sido autuado também por receptação, a magistrada ainda considerou os registros criminais anteriores do indiciado.
"Desta forma, a liberdade do autuado, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, ressaltando-se que o autuado possui diversos registros criminais, inclusive por crimes do Sistema Nacional de Armas, além de condenação criminal com guia de execução expedida, o que demonstra que uma vez este em liberdade poderá voltar a cometer atos da mesma natureza, intimidar testemunhas e se evadir do distrito de culpa", disse a juíza no termo de audiência de custódia.
Ela também ressaltou que a prisão em flagrante dele "se deu em decorrência de investigação policial anterior a respeito de crime de homicídio contra um perito criminal da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, bem como de cumprimento de mandado de busca e apreensão".
Responsável pela defesa de Milton Candido da Silva Filho, o advogado João Gualberto entrou em contato com a reportagem de A Gazeta, afirmando que a prisão do cliente – vista como "excessiva" pelo profissional – não tem relação com o desaparecimento do perito Celso Marvila Lima.
"Essa desvinculação precisa ser feita. Esse caso precisa ser investigado, pois trata-se de uma pessoa desaparecida, mas está sob sigilo e não vou me manifestar. A ocorrência do meu cliente não tem vinculação. A defesa dele vai ser feita no processo para defender os interesses dele", disse.
A ação de quarta-feira (28) foi realizada pela Divisão Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha em um terreno próximo ao Jockey Clube.
Celso Marvila Lima está desaparecido desde o dia 3 de agosto. Ele atuou por 42 anos na Polícia Civil e era presidente do Jockey Clube. No início deste mês, outra operação com o mesmo objetivo foi realizada dentro do Jockey Clube.
Na ação de 1º de setembro, o policial militar da reserva Lucas dos Santos Lage, de 35 anos, foi preso em flagrante por tráfico de drogas durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa dele na Barra do Jucu, no mesmo município. No termo de audiência de custódia consta que ele é investigado pelo desaparecimento do perito aposentado.
O carro de Celso Marvila foi encontrado incendiado em uma estrada no Xuri, em Vila Velha, no dia 3 de agosto e, desde então, não há informações sobre o paradeiro do perito aposentado.
A reportagem de A Gazeta tentou contato com os responsáveis pelo Jockey Clube do Espírito Santo e com a defesa do estabelecimento, mas as ligações não foram atendidas. Caso queiram se manifestar, o espaço está aberto.
Após publicação desta matéria, a defesa de Milton Candido da Silva Filho se pronunciou sobre a prisão do gerente do Jockey Clube. O texto foi atualizado.
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