Há dois anos, o Espírito Santo se chocava com a morte de uma criança de apenas nove anos no bairro Ilha da Conceição, em Vila Velha. Kemilly Vitória Caldeira Santos foi baleada na cabeça enquanto brincava na rua. O alvo dos disparos, Brendesson dos Reis Silva, de 17 anos, ainda tentou se esconder, mas também levou um tiro na cabeça e não resistiu. O caso segue sem solução até hoje: segundo a Polícia Civil, ninguém foi preso.
Questionada pela reportagem de A Gazeta sobre o andamento do inquérito, a corporação respondeu que "o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha e até o momento nenhum suspeito foi detido. A população pode contribuir com informações de forma anônima através do Disque-Denúncia 181. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas".
Uma parente da menina conversou com a reportagem de A Gazeta, nesta segunda-feira (29). Por medo de represálias, ela preferiu não de identificar, mas contou um pouco sobre a dor da família.
Um adolescente de 17 anos e uma menina de 9 anos foram mortos na noite do dia 27 de abril de 2022, durante um ataque a tiros no bairro Ilha da Conceição, que fica na região da Grande Santa Rita, em Vila Velha.
À época, os policiais foram acionados e encontraram o adolescente Brendesson dos Reis Silva caído no chão com sangue ao seu lado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Os militares foram informados ainda que uma criança, Kemilly Vitória Faria Santos, e um jovem, de 20 anos, também foram baleadas durante os disparos. O jovem foi levado para o Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, e sobreviveu, enquanto a menina foi encaminhada ao Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), no mesmo município, mas não resistiu.
Pessoas que presenciaram o crime afirmaram que o adolescente tentou fugir dos criminosos. Brendesson correu e se escondeu debaixo de um carro. No entanto, os atiradores o perseguiram, se abaixaram e atiraram contra ele. Já o jovem de 20 anos havia ido até uma lanchonete para comprar pasteis quando foi atingido na região das costas.
Na ocasião, testemunhas contaram que Kemilly estava brincando quando foi atingida. "Estava todo mundo na rua, ela estava brincando com outras crianças, quando veio um carro branco, parou e saiu atirando para tudo quanto é lado, ela foi baleada na cabeça. Eu levei ela até o hospital, mas ela não aguentou e veio a óbito. É muito triste porque é uma criança de 9 anos", contou uma prima da menina, que preferiu não se identificar.
Após o ataque, moradores da região fizeram um protesto pedindo pelo fim da violência e por justiça. "É justiça que eu quero, que pegue esses caras que fizeram isso com minha neta e faça justiça. Ela era minha herança que meu filho deixou pra mim", disse a avó de Kemilly, em meio a lágrimas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta